Mal de estômago

O ar estava tenso e pesado e o céu alaranjado, porque do outro lado da serra um incêndio tomava proporções gargantuescas.

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O Carlos teve um mal do estômago, quase não comia. E agora?, interrogou-se a mãe, vou falar com a criada do advogado Morais, que ela invoca demónios ou anjos ou espíritos ou fantasmas ou poderes naturais para curar as pessoas. Já antes tinha pedido ajuda à senhora, quando o Carlos apanhou sarna e a velha chamou os seus demónios, que são mais obedientes do que cães, e uma semana depois parecia outro, com a pele a brilhar. O problema era que o advogado Morais não gostava daquelas bruxarias e proibia-as, condenava-as, abominava-as, castigando a criada e vingando-se de quem a incitava aos disparates pagãos que envergonhavam o bom nome da sua casa a da sua família.

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