Rui Costa escolheu a fuga certa e venceu na Vuelta

Ciclista português ganhou ao sprint a 15.ª etapa da Volta a Espanha em bicicleta, naquele que foi o seu quarto triunfo em grandes voltas.

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EPA/Manuel Bruque

Rui Costa tornou-se, neste domingo, no oitavo português a vencer uma etapa na Volta a Espanha em bicicleta, ao vingar a fuga do dia num sprint restrito à chegada a Lekunberri, oito anos depois do último triunfo luso. O ciclista da Intermarché-Circus-Wanty foi o mais forte na 15.ª etapa e voltou às vitórias em grandes Voltas dez anos depois.

O campeão do mundo de fundo em 2013 foi bem-sucedido após 91 quilómetros de fuga, num dia acidentado e perante concorrência de peso, quebrando um jejum de uma década depois de dois triunfos na Volta a França de 2013, tendo já erguido os braços numa tirada do Tour de 2011.

Num ano de relançamento de carreira para o ciclista de 36 anos, da Póvoa de Varzim, este é o quarto triunfo em 2023, e todos eles em Espanha, após vencer o Troféu Calvià, uma etapa na Volta às Astúrias, e a geral dessa prova por etapas, além de vários pódios e top 10 em clássicas de um dia na primeira metade da temporada.

É um dos portugueses mais condecorados de sempre, com 31 vitórias profissionais no palmarés, incluindo títulos nacionais, o Grande Prémio de Montréal, três vitórias seguidas na Volta à Suíça de 2012 a 2014, ou a Volta a Abu Dhabi de 2017, entre outros.

Neste domingo, bateu o alemão Lennard Kämna (BORA hansgrohe) e o colombiano Santiago Buitrago (Bahrain-Victorious) para erguer os braços, numa fuga que continha ainda a "ameaça" belga Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep), que conseguiu manter a dois segundos, no quarto lugar, lançando um sprint a que nenhum dos outros dois ciclistas conseguiu responder.

"É uma vitória muito importante para mim e para toda a equipa", disse o ciclista da Povoa de Varzim, de 36 anos, considerando que esta foi uma vitória "do esforço e da dedicação". "Não estava previsto eu vir à Vuelta, mas pedi à equipa que me deixasse tentar uma vitória. Hoje consegui".

A "startlist" desta edição da Vuelta, de resto, contém outros dois nomes históricos para Portugal em grandes Voltas, ao incluir João Almeida (UAE Emirates), que já este ano venceu uma etapa na Volta a Itália, no Monte Bondone, e acabou a corrida no terceiro lugar, mas também Nelson Oliveira (Movistar).

O especialista nacional do contrarrelógio foi o sétimo a vencer na Vuelta, em 2015, também ele aproveitando uma fuga para se impor a solo em Tarazona. Escapou ao pelotão a 20 quilómetros do fim da etapa, que terminou com um minuto de vantagem sobre os perseguidores, para conseguir a sua primeira vitória numa das três grandes Voltas.

O corredor natural de Anadia reeditava em 2015 o êxito de Sérgio Paulinho, que tinha "brilhado" em 2006, em Santillana del Mar, então destacando-se também numa fuga numerosa, acabando essa Vuelta no 15.º posto, para pôr fim ao mais longo jejum de triunfos após o primeiro que Portugal viveu.

Na altura, 30 anos depois, Paulinho sucedeu a Joaquim Agostinho, que obteve três triunfos (dois em 1974 e um em 1976), o "herói" maior do ciclismo nacional, que foi segundo na geral final de 1974, registando-se ainda êxitos de João Lourenço (1946) e de João Rebelo (1945), dois cada, e as vitórias isoladas de Alves Barbosa (1961) e José Sousa Cardoso (1959).

Nas contas da geral desta Volta a Espanha, o pelotão chegou a 2m52s e o norte-americano Sepp Kuss (Jumbo-Visma) continua líder, à frente de dois colegas de equipa: o esloveno Primoz Roglic é segundo, a 1m37s, e o dinamarquês Jonas Vingegaard é terceiro, a 1m44s.

O pelotão tem o último dia de descanso desta edição da Volta a Espanha na segunda-feira.

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