Na Vuelta ainda não tinha havido um espanhol feliz

No primeiro dia com festa espanhola na meta, a Volta a Espanha viveu uma tarde globalmente calma, sem “agressões” entre os principais favoritos ao triunfo na corrida.

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O pelotão da Vuelta 2023 EPA/Manuel Bruque
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Onze etapas depois, houve um espanhol a vencer em casa, conquistando uma etapa da Vuelta 2023. Jesús Herrada, da Cofidis, foi o mais forte do dia nesta quarta-feira, numa etapa que não é das mais ricas em histórias para contar.

Para a chegada a Laguna Negra, no Norte de Espanha, o perfil globalmente plano da etapa precipitou a formação de uma fuga de 26 ciclistas. Sem nenhum nome “perigoso” para atacar a liderança da corrida – o mais perto da camisola vermelha era Geraint Thomas, mas já a mais de 13 minutos –, o pelotão rolou sem especial preocupação com a vantagem dos aventureiros.

Ainda durante a primeira metade da etapa houve ida ao carro médico por parte de Juan Ayuso, colega de equipa de João Almeida na Emirates, por conta de uma queda ainda antes da etapa. Aparentemente, o espanhol terá ido ao chão ainda na zona neutralizada, antes do arranque oficial da etapa, não tendo, à partida, ficado com lesões ou complicações físicas graves para os próximos dias de corrida.

Esquecendo o episódio da queda de Ayuso, pouco se passou. O final da etapa tinha desenhado uma subida de cerca de 20 quilómetros, com os últimos seis com pendente considerável. Seria terreno para ataques no grupo principal? Olhando para a inclinação, sim. Mas todos optaram por guardar forças para dias mais exigentes – e eles estão aí a vir.

Houve, nessa medida, luta pela etapa entre os homens da fuga, da qual foram caindo os mais frágeis, aos poucos. O alvo a abater por toda a gente seria sempre Thomas e os fugitivos, sabendo disso, aplicaram a estratégia que muitas vezes foi aplicada contra Peter Sagan durante anos e anos: obrigar o “tubarão” da fuga a assumir as despesas do grupo, sobretudo quando Thomas tinha Ganna para rebocar o grupo.

Caicedo atacou e pareceu que ia para a vitória, mas o final muito inclinado, com pendentes que chegaram aos 12%, tirou-lhe as forças. Acabou por ser Herrada, até então muito resguardado, a fazer um ataque explosivo, sem resposta capaz de mais ninguém.

Mais atrás, no pelotão, a jovem promessa Cian Uijtdebroeks teve liberdade para sair do grupo, bem como Hugh Carthy, mas foram os únicos: a Quick-Step, posteriormente com ajuda da Jumbo, formou um autêntico cordão de segurança na frente do grupo, com ciclistas a ocuparem toda a largura da estrada.

Ninguém sairia dali, para que este fosse um dia tranquilo. Emoção só para sexta-feira, na subida ao Tourmalet, depois de uma etapa plana, com mais do que provável final em pelotão compacto.

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