O regresso do filho prodígio Ben Shelton

Aryna Sabalenka faz o pleno de meias-finais nos torneios do Grand Slam.

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Ben Shelton Reuters/Geoff Burke
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Foi só em Janeiro deste ano que Ben Shelton se aventurou a competir fora dos EUA. Mas logo na estreia em provas do Grand Slam, o jovem norte-americano alcançou um auspicioso lugar nos quartos-de-final do Open da Austrália. Em Abril, no Millennium Estoril Open, pisou pela primeira vez courts europeus. Contudo, o tenista de 20 anos ganhou somente sete de 25 encontros disputados desde então, até voltar ao US Open e se tornar no mais jovem semifinalista da prova desde Michael Chang, em 1992. Somente 14 meses depois de se sagrar campeão universitário dos EUA e tornar-se tenista profissional.

Frente ao mais conceituado compatriota Frances Tiafoe (10.º), o mais jovem americano chegou a dar sinais exaustão física, mas ao anular um set-point, a 6/7 do tie-break do terceiro set, virou o encontro, ganho com os parciais de 6-2, 3-6, 7-6 (9/7) e 6-2.

“Acho que melhorei mais mentalmente do que fisicamente. Houve muitas ocasiões em que me poderia ter virado para a minha equipa e dizer: ‘malta, estou feito, estou cansado, não sei se consigo aguentar mais.’ Em vez disso, disse a mim mesmo ‘estou bem e ele também está a sentir o desgaste’. Penso que o ser capaz de mudar isso na cabeça é mais de metade da batalha ganha”, explicou Shelton (47.º), um ano depois de perder com Nuno Borges, na ronda inicial do US Open.

No total, o filho do ex-55.º mundial, Bryan Shelton – seu treinador desde a Universidade da Florida – assinou 50 winners, incluindo 14 ases, que compensaram os 34 erros, dos quais 11 duplas-faltas, para obter a sua segunda vitória sobre um top 10. Nos pontos em que a bola foi batida por cinco ou mais vezes, os dois tenistas ganharam o mesmo número de pontos: 33. Só nos pontos curtos (até ao máximo de quatro pancadas), como no set-point que enfrentou, é que Shelton se superiorizou: 89-73. “No quarto set, pensei: ‘este é o meu maior momento num court de ténis em toda a minha vida e estou cheio de dores no corpo, mas estou a adorar’”, confessou.

O público nova-iorquino, que nas rondas anteriores esteve dividido, poderá um forte aliado de Shelton na sexta-feira, quando o canhoto americano enfrentar Novak Djokovic, 16 anos mais experiente e à procura o 24.º título do Grand Slam. “Penso que é uma vantagem, para quem tem um estilo de jogo como o meu, jogar com alguém que nunca me defrontou antes. Posso trazer algumas coisas para o jogo que não se veem num encontro normal do ATP Tour, algumas coisas diferentes e, espero, disruptivas”, adiantou Shelton.

A abrir a jornada de quarta-feira, Aryna Sabalenka qualificou-se pelo terceiro ano consecutivo para as meias-finais do US Open e tornou-se na primeira tenista a chegar a esta fase dos quatro majors no mesmo ano desde Serena Williams, em 2006. A futura número um mundial entrou de rompante e nunca perdeu o ascendente sobre a chinesa Qinwen Zheng (23.ª), concluindo o encontro com os parciais de 6-1, 6-4.

Depois de cinco encontros sem perder um set e com somente seis horas passadas no court, Sabalenka vai disputar a meia-final com a vencedora do duelo entre Marketa Vondrousova (9.ª) e Madison Keys (17.ª), que abria a sessão nocturna.

Na noite anterior, Karolina Muchova (10.ª) realizou uma exibição super-agressiva diante de Sorana Cirstea (30.ª), para vencer a romena, por 6-0, 6-3. É a terceira meia-final do Grand Slam em 2023 para a checa, depois de ter sido semifinalista na Austrália e finalista em Roland-Garros. Há duas semanas, Muchova estreou-se numa final WTA 1000, em Cincinnati, onde perdeu com a teenager Coco Gauff (6.ª), futura adversária nas meias-finais de amanhã.

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