Meter a foice na seara alheia

Se aos cidadãos-arrendatários cabe a legítima expectativa de viver em local condigno, também aos cidadãos-senhorios é legítima a expectativa de rentabilização e utilização da sua propriedade.

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No rescaldo do polémico avanço do programa Mais Habitação, que mereceu o veto político do Presidente da República e deixou o Partido Socialista isolado na defesa do seu programa, aí está agora a proposta de actualização das rendas a praticar no mercado de arrendamento em 2024. Trata-se, na verdade, de uma proposta, não de uma mera actualização, porque depois do que sucedeu no ano passado, em que foi suspensa a aplicação automática do mecanismo que regula o referido mercado, é de esperar que o Governo volte a meter a foice em seara alheia. Assim, depois de o Governo ter ceifado o rendimento dos senhorios em 3,43 pontos percentuais em 2023, relativos ao aumento de renda que foi inviabilizado no presente ano, em 2024 os senhorios poderão vir a ser expropriados em 4,94 pontos percentuais, limitando o aumento das rendas a 2%, em comparação com os 6,94% a que teriam direito.

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