A República Checa produziu mais um talento: Jakub Mensik

O tenista de 17 anos é o mais novo na terceira ronda do US Open desde 1990.

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Jakub Mensik DR
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Desde Jaroslav Drobny, nos anos 20, que a República Checa tem sido o berço de grandes campeões de ténis. No sector masculino e já na Era Open, destacaram-se Jan Kodes, Ivan Lendl, Petr Korda e, mais recentemente, Tomas Berdych. Actualmente são dezenas os tenistas checos que figuram no ranking ATP – 25 tem mais de 10 pontos – liderados pelo emergente Jiri Lehecka, de 22 anos e já no top 30. Mas a grande esperança é agora Jakub Mensik.

Criado em Prostejov e filho de um jogador de hóquei no gelo e de uma esquiadora, o ténis parecia longe de ser o desporto de eleição, mas com courts a 100 metros de casa, onde via outras crianças a terem aulas de ténis, Jakub, então com cinco anos, quis imitá-los. A paixão pelo ténis foi inculcada pelo primeiro treinador, Ivo Muller, que até ensinava os progenitores a serem bons “pais de tenistas”.

Aos 12 anos, Jakub decidiu ser tenista profissional, cresceu idolatrando Novak Djokovic e, devido ao seu 1,91m de altura. Tem o basquetebol como segundo desporto, sendo fã dos Golden State Warriors por causa de Stephen Curry, e ainda teve tempo para aprender a tocar bateria e truques de ilusionismo. E aos 16, estava na final do torneio júnior do Open da Austrália.

Apesar da derrota, a exibição chamou a atenção de Djokovic, que lhe enviou um vídeo a convidá-lo para ser seu parceiro de treino durante uma semana em Belgrado. Uma semana inesquecível para Mensik pois pôde privar com o campeão sérvio dentro e fora do court. A experiência repetiu-se ainda no ano passado, quando Djokovic se preparava para Wimbledon.

No final de Agosto de 2022, Mensik conquistou um dos cinco títulos que detém no ITF World Tour e entrou no top 600. Doze meses depois, chegou a Nova Iorque como 206.º lugar e sem qualquer experiência no circuito principal para tentar a sua sorte no US Open.

Com um ténis muito agressivo, baseado no fundo do court, o checo iniciou o qualifying derrotando o ex-top 10 e 19 anos mais experiente, Fabio Fognini, por 1-6, 6-1 e 6-1, e, na segunda ronda, também teve de recuperar da desvantagem de um set, antes de lograr o objectivo inicial de entrar no quadro principal.

Na estreia ao mais alto nível, Mensik começou por derrotar Gregoire Barrere (59.º), em quatro sets, feito que mereceu uma mensagem de parabéns do seu professor do secundário – nível de ensino que os pais fazem questão que termine no próximo ano lectivo. Na segunda ronda, ultrapassou outro francês, Titouan Drouguet (171.º), também ele vindo do qualifying. Ao vencer, por 3-6, 6-2, 7-6 (7/1) e 6-3, Mensik tornou-se no mais novo jogador a alcançar a terceira ronda do US Open desde Fabrice Santoro, em 1990.

“Quero ser o número um do mundo e ganhar torneios do Grand Slam e ATP 1000. Esse é o sonho de todos os que jogam ténis, mas eu quero estar no circuito e defrontar os melhores do mundo nesses torneios”, afirmou Mensik, que vai ter já uma oportunidade dessas, na sexta-feira, dia em que completa o 18.º aniversário; vai defrontar o norte-americano Taylor Fritz, nono do ranking, muito provavelmente, na maior arena do planeta ténis, o Arthur Ashe Stadium.

Além de Fritz, os adeptos dos EUA colocam grandes esperanças igualmente em Frances Tiafoe e Tommy Paul, que pela primeira vez ganhou um encontro depois de ceder os dois sets iniciais. Na terceira ronda, está igualmente o norte-americano Ben Shelton vencia Dominic Thiem, por 7-6 (7/1), 1-0, quando o austríaco, fisicamente diminuído por uma virose, desistiu.

A jornada terminou com a eliminação de Casper Ruud (5.º). O norueguês e campeão do Millennium Estoril Open em Abril foi incapaz de suster a potência e determinação de Zhizhen Zhang (67.º), que se tornou no primeiro chinês a derrotar um adversário do top 5, graças aos parciais de 6-4, 5-7, 6-2, 0-6 e 6-2.

Novak Djokovic voltou a não ceder qualquer set, o mesmo acontecendo a Iga Swiatek e Coco Gauff. No encontro feminino mais aguardado, Caroline Wozniacki defrontou Petra Kvitova (11.ª) pela 15.ª vez – e primeira desde 2018 – e somou a sétima vitória diante a rival checa, por 7-5, 7-6 (7/5). Três anos e meio após o anterior major que disputou, na Austrália, e depois de ter sido mãe por duas vezes, a dinamarquesa qualificou-se para a terceira ronda do US Open onde vai encontrar outra regressada, Jennifer Brady, que esteve dois anos ausente do circuito devido a lesões.

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