Open dos EUA: magnífico Titouan Droguet ofusca talento de Lorenzo Musetti
Francês chegou pela primeira vez ao quadro principal de um torneio do Grand Slam.
Titouan Droguet não deve ter sido o único que, em Dezembro passado, quando iniciou a preparação para a época 2023, colocou como objectivo disputar a fase de qualificação de um torneio do Grand Slam. Na altura, o tenista francês ocupava o 288.º lugar do ranking e actuava maioritariamente no subestimado ITF World Tennis Tour. Oito meses passados, Droguet estreou-se no quadro principal de um torneio do Grand Slam de forma muito pouco discreta, eliminando do Open dos EUA o italiano Lorenzo Musetti, 18.º no ranking mundial.
O objectivo inicial já tinha sido alcançado em Maio, mas Droguet perdeu na primeira ronda do qualifying de Roland Garros. No entanto, os progressos eram evidentes e traduzidos pela presença em três finais (Cherbourg, Modena e Amersfoort) do Challenger Tour – onde, em 2022, só tinha vencido seis encontros – e pela conquista do quarto título ITF. O atleta da French Touch Academy du Cap d'Agde chegou a Nova Iorque no 171.º lugar do ranking e cheio de confiança para disputar o qualifying do Open dos EUA, apenas o seu segundo torneio do ano em hardcourts. E derrotou sucessivamente Cristian Garin, Tennys Sandgren e Kimmer Coppejans, os dois últimos, com 7-5 no último set. No quadro principal, teve de enfrentar o 18.º favorito e reconhecido talentoso Musetti, mas o capital de confiança sobrepôs-se à falta de experiência a este nível e Droguet venceu, por 6-3, 0-6, 6-7 (5/7), 6-3 e 6-2.
“Vim uma semana antes para me preparar, porque não jogava em piso duro há algum tempo e chego pela primeira vez ao quadro principal de um Grand Slam, no primeiro encontro à melhor de cinco sets. É magnífico”, admitiu o francês de 22 anos, à Eurosport France. “Foi difícil porque não sei gerir estes encontros à melhor de cinco sets. Geralmente, quando perco o terceiro set vou para casa. Hoje fiz um intervalo, fui à casa de banho e reactivei-me para voltar à luta”, acrescentou Droguet, que já garantiu um prémio de 113 mil euros – mais quatro mil do que o total amealhado desde que se tornou profissional, em 2018.
O prize-money poderá aumentar, já que Droguet terá como segundo adversário outro estreante e também oriundo do qualifying, o checo de 17 anos, Jakub Mensik (206.º).
Já nesta terça-feira, Daniil Medvedev, Alexander Zverev, Matteo Berrettini, Ons Jabeur venceram sem perderem um set.
No primeiro dia e logo após a cerimónia que assinalou o 50.º aniversário da igualdade de prémios monetários no Open dos EUA – com discursos de Billie Jean King e Michelle Obama –, Novak Djokovic voltou, dois anos depois, a disputar um encontro oficial no Arthur Ashe Stadium. Embora as saudades fossem muitas, o detentor de 23 títulos do Grand Slam demorou somente 95 minutos para ultrapassar o francês Alexandre Muller (84.º), por 6-0, 6-2 e 6-3.
A jornada de segunda-feira assinalou outros regressos, com destaque para a ex-número um mundial, Caroline Wozniacki, que não competia num major desde o Open da Austrália de 2020, onde se despediu para se dedicar à família. Este Verão, a dinamarquesa, mãe de dois filhos, regressou à competição e no Open dos EUA, onde foi finalista por duas vezes, e, no terceiro torneio que disputa, estreou-se vencendo a qualifier russa de 19 anos, Tatiana Prozorova (227.ª), por 6-3, 6-2. Na segunda ronda, Wozniacki vai reencontrar a rival Petra Kvitova, que não defronta desde que a derrotou na final das WTA Finals de 2018.
Outros regressos vitoriosos foram protagonizados pela australiana Anna Tomljanovic, que voltou à competição após nove meses lesionada, e pela norte-americana Jennifer Brady, finalista do Open da Austrália de 2021 e cujas lesões a afastaram dos majors durante mais de dois anos.