Portugal entra no Europeu de voleibol com “obrigações”

Selecção portuguesa está no Eurovolley pela terceira vez consecutiva. João José, o seleccionador, diz que o objectivo é repetir a presença nos “oitavos”.

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Cveticanin em acção durante o Eurovolley de 2021 EPA/Adam Warzawa

Nos seus tempos de jogador, João José chegou a ser considerado um dos melhores centrais do mundo, ligado aos melhores momentos da selecção portuguesa de voleibol nos primeiros anos do século XXI. Não era muito alto para a posição (1,94m), mas compensava com a leitura de jogo para aplicar uma tremenda capacidade no bloco. Já retirado, o algarvio tem feito o seu caminho como treinador e é ele que estará no banco da selecção portuguesa para o Europeu de voleibol que se inicia nesta segunda-feira. Conhecendo a sua história, não surpreende que no primeiro Eurovolley como seleccionador diga que a selecção portuguesa tem “obrigações” a cumprir.

"Temos a obrigação de passar a primeira fase. Somos favoritos em relação às selecções da Roménia [primeiro adversário, na quarta-feira], Grécia e Israel, mas temos de jogar bem e demonstrar que o somos", analisa João José, citado pela agência Lusa. O antigo central está no cargo desde 2022, assumindo as funções que eram de Hugo Silva, que levou a selecção a um 15.º lugar no Euro 2021. O objectivo neste Europeu de organização partilhada por Bulgária, Itália, Israel e Macedónia do Norte será o de chegar, pelo menos, tão longe como no Euro de há dois anos – Portugal foi quarto na ronda preliminar e caiu nos “oitavos” frente aos Países Baixos por 3-2, terminando no 15.º lugar.

Portugal competirá no Grupo D, sediado em Israel, e, em teoria, terá todas as condições para estar entre os quatro primeiros do agrupamento. Como referiu João José, a selecção terá obrigação de ganhar os jogos com Roménia, Grécia e Israel, e depois se verá o que pode fazer frente à Turquia (que subiu este ano à Liga das Nações), sendo a França, actual campeã olímpica, a selecção teoricamente mais forte do grupo. É imperioso terminar o mais acima possível, de forma a evitar nos “oitavos” as equipas mais poderosas do Grupo B, a Eslovénia, Ucrânia e, num patamar mais abaixo, a Finlândia e a Bulgária.

Nos eleitos de João José, há um forte sabor a continuidade, com nove dos 14 convocados a repetirem a presença de 2021, sendo que nenhum deles é Hugo Gaspar, o veterano oposto do Benfica de 40 anos que foi colega de João José na selecção. Alexandre Ferreira, Miguel Tavares Rodrigues, Tiago Violas, Filip Cveticanin, Lourenço Martins, Ivo Casas, André Marques, Miguel Sinfrónio e José Andrade são os que repetem a presença de há dois anos.

Portugal marca presença pela sétima vez na fase final de um Europeu, terceira consecutiva, tendo os melhores registos acontecido nas edições, a convite, de 1948 (Itália), em que foi quarto, e 1951 (França), sétimo (com um número reduzido de equipas). Depois de um longo interregno, Portugal voltou a participar na fase final do Europeu em 2005, tendo ficado em 10.º, após o que foi 14.º em 2011, 20.º em 2019 e 15.º em 2021, estas duas últimas presenças já com 24 selecções.

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