António, o rapaz de Lisboa: a “maior urgência” da cidade é “ter direito ao lugar”

António Brito Guterres, 45 anos, lisboeta de Arroios, fez das comunidades pobres o seu lugar de vida e de trabalho. “A academia exige muito de nós e afasta-nos do terreno e isso não me interessa.”

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António Brito Guterres tem 45 anos e é um filho de Lisboa MATILDE FIESCHI
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António chega ao bairro numa manhã de segunda-feira de Agosto. Está calor e são poucas as pessoas na rua. No café, o cumprimento entre ele e quem está atrás do balcão é efusivo. Vieram ambos de uma semana de férias. Pede um café e uma água. O costume. E procura uma sombra onde possa acompanhar as bebidas com um cigarro. Está na rua central da Curraleira onde alugou um espaço de trabalho desde que se tornou freelancer, depois da pandemia. Fica num edifício comunitário que ajudou a criar há uns anos com os moradores. De lá tem vista para o vale que dá para Chelas. Há pouco mais de vinte anos, era um bairro de barracas. Os antigos habitantes foram entretanto realojados nos prédios de habitação social junto à Picheleira e às Olaias. O nome Curraleira institucionalmente faz parte do passado, mas não para quem ali mora e convive diariamente com António Brito Guterres.

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