Marcelo chegou à Ucrânia para visita de dois dias. Em Bucha, lembrou ataque “chocante e desumano”

Presidente da República chegou à Ucrânia na manhã desta quarta-feira. Marcelo disse estar em Kiev para dar continuidade à solidariedade portuguesa para com o país.

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Marcelo na chegada a Kiev LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Marcelo Rebelo de Sousa desembarcou na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, em Kiev LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Marcelo disse estar em Kiev para dar continuidade à presença e solidariedade portuguesas para com a Ucrânia, LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Presidente cumprimenta vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Yevhen Perebyinis, à chegada a Kiev LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, cumprimenta o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Yevhen Perebyinis, à chegada a Kiev LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou na manhã desta quarta-feira a território ucraniano. O chefe de Estado chegou a Kiev, vindo da Polónia, às 7h30 (hora local, 5h30 em Portugal).

Marcelo Rebelo de Sousa desembarcou na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, em Kiev, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, pelo chefe da Casa Civil da Presidência, Fernando Frutuoso de Melo, pelos embaixadores Maria Amélia Paiva e Jorge Silva Lopes, o antigo dirigente do PS João Soares, o historiador José Pacheco Pereira e o empresário Luís Delgado, escreve a agência Lusa.

Marcelo disse estar em Kiev para dar continuidade à presença e solidariedade portuguesas para com a Ucrânia, e para participar nas comemorações do Dia da Independência, na quinta-feira.

“O objectivo é múltiplo. Em primeiro lugar, é dar continuidade à presença portuguesa. Esteve aqui o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República, várias vezes o ministro dos Negócios Estrangeiros, agora veio o Presidente da República. É Portugal presente a mostrar a sua solidariedade em todos os domínios”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa logo após desembarcar na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi.

O chefe de Estado acrescentou que “tudo o que seja fundamental – e tudo é fundamental neste momento – na vida da Ucrânia, é fundamental na vida de Portugal”.

"Justiça tardia não é justiça"

Depois da chegada a Kiev, o Presidente da República seguiu viagem para a cidade ucraniana de Bucha, onde disse que "uma justiça tardia não é justiça" e prometeu o apoio de Portugal nas investigações do crime de agressão. Marcelo Rebelo de Sousa visitou a Igreja de Santo André, em Bucha, localidade nos arredores de Kiev que nos primeiros dias da invasão foi ocupada por tropas russas.

Um mês depois dessa ocupação, as Forças Armadas ucranianas reconquistaram a cidade e descobriram os horrores que a ocupação russa deixou.

Marcelo Rebelo de Sousa e João Gomes Cravinho durante uma cerimónia de homenagem aos Defensores da Ucrânia em Moschun LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Marcelo esteve numa trincheira em Moschun LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Marcelo esteve numa trincheira em Moschun LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Marcelo esteve numa trincheira em Moschun LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
O Presidente visitou também, no interior da a Igreja de Santo André, em Bucha, a exposição que documentou a descoberta dos corpos, acompanhado pelo procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin. LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
O Presidente visitou também, no interior da a Igreja de Santo André, em Bucha, a exposição que documentou a descoberta dos corpos, acompanhado pelo procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin. LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Marcelo e João Gomes Cravinho prestaram homenagem aos mortos numa vala comum no cemitério da Igreja de Santo André em Bucha, Ucrânia LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Marcelo e João Gomes Cravinho prestaram homenagem aos mortos numa vala comum no cemitério da Igreja de Santo André em Bucha, Ucrânia LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
O Presidente visitou também, no interior da a Igreja de Santo André, em Bucha, a exposição que documentou a descoberta dos corpos, acompanhado pelo procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin. LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Igreja de Santo André, em Bucha LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Marcelo Rebelo de Sousa e João Gomes Cravinho durante uma cerimónia de homenagem aos Defensores da Ucrânia em Moschun LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

No adro desta igreja foi encontrada uma vala comum com 190 corpos. "Justiça tardia não é justiça", advogou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de uma cerimónia para homenagear as vítimas. O Presidente visitou também, no interior da igreja, a exposição que documentou a descoberta dos corpos, acompanhado pelo procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin.

A Ucrânia está a equacionar a criação de um tribunal para julgar o crime de agressão. O processo "envolve muitos países e Portugal tem estado envolvido", acrescentou o chefe de Estado português. "Não há precedentes com sucesso rápido", considerou o Presidente da República, opinando que Portugal pode ajudar a fazer com que seja realidade.

Na opinião do Presidente da República, o que aconteceu em Bucha "foi muito forte, muito chocante, muito desumano", adiantando: "aquele choque inicial passado este tempo todo não perdeu força". "Podemos fazer isso, podemos apoiar nas investigações", respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros perante o apelo do procurador-geral ucraniano.

Encontro com Zelensky

O Presidente também anunciou que vai encontrar-se com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira, e com o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, além de participar na cimeira sobre a Crimeia.

“Amanhã [quinta-feira] será o dia de participar activamente na celebração do Dia da Independência, ter encontros com o Presidente Zelensky, [e] com o primeiro-ministro”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, minutos depois de desembarcar na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, na capital ucraniana, para uma visita de dois dias.

Ainda esta quarta-feira, o chefe de Estado português vai participar na cimeira organizada pela Ucrânia sobre a recuperação da Crimeia e tem prevista “uma ida a uma instituição que se dedica ao problema gravíssimo das crianças ucranianas” separadas das famílias pela guerra ou que são órfãs.

Marcelo recebeu na terça-feira autorização da Assembleia da República para se deslocar à Ucrânia entre terça, dia 22, e sexta-feira, 25 de Agosto, como o próprio chefe de Estado anunciou, na Polónia, em declarações à RTP3: “Pedi e fui autorizado.” Por razões de segurança, o momento exacto da chegada do Presidente à Ucrânia não foi divulgado antecipadamente.

O pedido de autorização tinha dado entrada na Assembleia da República na segunda-feira, quando Marcelo já estava numa visita de Estado à Polónia, e recebeu o apoio de todos os grupos parlamentares à excepção do PCP, que considerou que a deslocação do Presidente à Ucrânia não tem utilidade política.

A visita de Marcelo acontece na véspera do 32.º aniversário da declaração de independência da Ucrânia, a 24 de Agosto, data que é habitualmente assinalada por desfiles e paradas militares em Kiev.

Antes do Presidente da República, estiveram já na Ucrânia o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. O chefe do Governo foi o primeiro a visitar Kiev, a 21 de Maio de 2022. Já este ano, a 2 de Maio, foi a vez de Santos Silva. Com a deslocação de Marcelo, as três mais altas figuras do Estado português terão visitado o país presidido por Volodymyr Zelensky. Com Lusa

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