A Esperança casou-se

Foi encontrar o vizinho que era quase polícia agarrado à sua filha, ameaçando a dignidade e a reputação de uma moça séria.

Ouça este artigo
00:00
02:15

A Esperança soube da tragédia do asilo quando foi ao mercado, ficando também a saber que a irmã tinha sobrevivido à derrocada, sofrendo apenas ferimentos ligeiros. Enquanto regressava a casa, pensava: ainda bem, a estúpida da Sãozinha não merecia ser esmagada pelo telhado, ainda bem, poderá ainda vir a ser uma criada e se tiver sorte ir trabalhar para uma casa de boas famílias. Tinham passado quatro anos desde a última vez que as duas irmãs estiveram juntas. A Sãozinha era agora uma recordação frágil, a esboroar-se, a Esperança raramente pensava nela.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar