Marcano garante vitória do FC Porto no último suspiro

No primeiro jogo sem Otávio, os “dragões” marcaram cedo por Toni Martínez, mas adormeceram com a vantagem e só garantiram a vitória aos 90+10’.

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Marcano garantiu a vitória ao FC Porto LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO
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Depois do Sp. Braga e do Benfica (derrotas na primeira jornada), o FC Porto esteve quase a deixar-se contagiar pelo facilitismo que parece estar a afectar os candidatos ao título no arranque da I Liga 2023-24, mas encontrou o antídoto a tempo. Num jogo que começou (demasiado) simples para a equipa de Sérgio Conceição, os “dragões” deixaram-se adormecer após chegarem cedo à vantagem — Toni Martínez voltou a marcar — e permitiram que o Farense crescesse e, ainda antes do intervalo, fizesse o empate por Rui Costa. Porém, no último suspiro, o defesa mais goleador da história “azul e branca” assegurou a vitória do FC Porto: com um golo de cabeça aos 90+10', Marcano fixou o 2-1 final.

A estreia na I Liga em Moreira de Cónegos tinha mostrado uma equipa de duas caras e, no primeiro jogo da era pós-Otávio no Dragão, Sérgio Conceição mostrou que tirou ilações da prestação do FC Porto contra o Moreirense.
Diante dos minhotos — já tinha acontecido o mesmo frente ao Benfica, na Supertaça —, o treinador “azul e branco” apostou de início em Estáquio e Grujic. O resultado foi um meio-campo sem soluções ofensivas, problema que foi resolvido no Minho com a entrada de Romário Baró — após a lesão do internacional sub-21, Nico González manteve a objectividade no centro do terreno.

Assim, contra o Farense, já não houve lugar para nova sociedade entre Estáquio e Grujic. Com o sérvio no banco e o canadiano a recuar dois passos, Nico González foi pela primeira vez titular com a camisola portista.

Mas as mudanças não ficaram por aí. Ainda sem Pepe, que cumpriu mais um jogo de castigo, e com Otávio em pleno voo para a Arábia Saudita, a maior novidade era o raro prémio atribuído a Toni Martínez: após marcar na ronda inaugural, o espanhol foi titular ao lado de Taremi.

Do outro lado, o Farense entrou em campo combalido por um regresso turbulento ao principal campeonato português — derrota no São Luís frente ao Casa Pia, por 0-3 — e, demonstrando demasiado receio, nos primeiros minutos a equipa de José Mota estendeu a passadeira aos “dragões”.

Sem ter de colocar grande intensidade, o FC Porto aproveitou a falta de agressividade algarvia para construir jogadas com perigo na proximidade da baliza defendida por Ricardo Velho e, após um par de ameaças, chegou sem surpresa ao golo: no minuto 13, após uma perda de bola de Gonçalo Silva, Nico combinou com Galeno que, com simplicidade, ofereceu a Toni Martínez o segundo golo no campeonato — o espanhol rematou com qualidade.

O jogo estava demasiado simples para a equipa de Conceição que, na dezena de minutos que se seguiu, continuou a dominar sem dificuldade. Porém, a comodidade que os portistas sentiam resultou no adormecimento da equipa e num convite para o Farense se chegar à frente. Os algarvios não rejeitaram a oferta.

Na última meia-dúzia de minutos da primeira parte, o jogo passou a ter como sentido único a direcção da baliza de Diogo Costa e, após um primeiro aviso — Muscat, de bicicleta, rematou à barra —, um erro portista foi duramente penalizado.

No primeiro minuto de descontos, Taremi foi negligente e deixou-se antecipar no meio-campo portista, permitindo que a bola chegasse rapidamente aos pés de Rui Costa. Com génio (finta a Marcano) e fortuna (ressalto em Fábio Cardoso), o avançado que passou pelo FC Porto B rematou e fez o primeiro golo no campeonato da equipa de Faro.

Sem mexidas ao intervalo, os portistas entraram amorfos na segunda parte e, apenas em cima da hora de jogo, colocaram problemas a Ricardo Velho: Toni Martínez (58’) e João Mário (65’), com um remate à trave, estiveram perto de marcar.

Sem muito tempo para evitar um deslize, Conceição trocou aos 67 minutos Zaidu e Nico por Gonçalo Borges e André Franco. Sem qualquer efeito prático. Nove minutos depois, foi Fran Navarro que entrou para o lugar do apagado Taremi. O FC Porto, no entanto, já estava preso numa teia que ajudou a construir.

Com coração a mais e cabeça a menos, nos últimos minutos os portistas conseguiram finalmente empurrar os algarvios para a sua área, e, no tudo ou nada, a vitória chegou no último suspiro: num lance tantas vezes visto no FC Porto, Marcano ganhou a todos nas alturas e, aos 90+10’, manteve o registo perfeito dos “dragões” na Liga.

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