Mãos dadas

O barulho da tempestade e os gritos e soluços aflitos contrastavam com a paz e a serenidade daquelas duas meninas.

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Acossada pela tempestade, a estrutura do enorme edifício do asilo gritava na sua linguagem de madeira e pedra, misturando-se com os guinchos e as preces das meninas e das freiras. Havia partes do asilo que estavam inundadas, chovia também dentro do edifício, havia panos e baldes e alguidares em várias salas e corredores, poças de água omnipresentes, o barulho insistente das gotas de água a bater na pedra, nas telhas, nos vidros, no chão, no metal dos baldes, havia gotas que entravam pelas golas e escorriam pelas costas das meninas, havia o cheiro da humidade e dos fungos, havia os gritos desesperados da irmã dos gritos, É O DILÚVIO, QUE DEUS NOS PROTEJA.

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