Diocese reporta ausência de 106 jovens de Angola e Cabo Verde às autoridades

Organização de evento que precede Jornada Mundial da Juventude reportou às autoridades a “não comparência” de “106 peregrinos” estrangeiros. Paróquias dizem que não se trata de um “desaparecimento”.

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A Jornada Mundial da Juventude começa esta terça-feira LUSA/TIAGO PETINGA

Desaparecimento ou falha de comunicação? Cento e seis peregrinos de nacionalidade angolana e cabo-verdiana não compareceram, como esperado, nas paróquias da zona de Leiria onde seriam acolhidos para a iniciativa "Dias nas Dioceses", informou esta segunda-feira a diocese de Leiria-Fátima, que reportou às autoridades a ausência dos jovens. Duas paróquias contactadas pelo PÚBLICO, no entanto, desconhecem qualquer falta de comparência.

Segundo o gabinete de informação e comunicação da diocese de Leiria-Fátima, os jovens por contactar faziam parte de um "contingente que estava inscrito na Jornada Mundial da Juventude" e que se tinham inscrito na iniciativa "Dias na Diocese", "onde era suposto terem estado esta semana". O grupo de peregrinos seria acolhido nas paróquias de Porto de Mós, Leiria e Azóia.

Em comunicado, a diocese refere uma "situação anormal que requereu uma atenção especial da parte da organização diocesana", a "ausência de 106 peregrinos dos grupos estrangeiros de nacionalidade angolana e cabo-verdiana acolhidos em três paróquias".

"Logo que estas não comparências foram sinalizadas, a organização reportou-as às competentes autoridades de segurança que, desde então, têm assumido as diligências exigíveis e necessárias", acrescentou a diocese.

A porta-voz da JMJ, Rosa Pedroso de Lima, disse que a organização está a acompanhar o caso, "​em colaboração com as entidades competentes".

Numa nota enviada à comunicação social, o Sistema de Segurança Interna refere que os jovens "terão entrado regularmente e por via aérea em território nacional, não tendo, no entanto, feito o check-in na diocese de Leiria-Fátima conforme estava previsto".

"Atendendo ao facto de os cidadãos em causa entraram em Portugal de forma legal e com visto válido no espaço Schengen, não se considerando assim, para efeitos legais, que o grupo está desaparecido. Serão, no entanto, tomadas as competentes medidas de monitorização por parte das autoridades envolvidas, quer a nível nacional, quer a nível internacional", pode ler-se na missiva.

Contactadas pela Lusa, fontes das embaixadas de Angola e Cabo Verde em Lisboa indicaram desconhecer a situação, uma vez que a deslocação destes peregrinos é enquadrada pelas igrejas.

Por seu turno, a paróquia de Porto de Mós nega que tenha havido um desaparecimento. Ao PÚBLICO, a responsável Susete Cordeiro afirma que “todos os que cá chegaram", num total de 130 peregrinos de diversas nacionalidades, incluindo 24 cabo-verdianos, "já foram para Lisboa hoje, para a paróquia de acolhimento" e que "nenhum desapareceu”, garante.

João Silva, responsável em Leiria, também disse ao PÚBLICO desconhecer haver peregrinos desaparecidos, remetendo o assunto para a coordenação da JMJ.

O evento "Dias nas Dioceses" decorreu de 26 de Julho até esta segunda-feira e envolveu cerca de 7500 peregrinos provenientes de mais de 50 países.

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