Tour: Vingegaard reforça amarela com triunfo no contra-relógio

No contra-relógio da 16.ª etapa, o dinamarquês ganhou mais tempo do que seria expectável a Pogacar, um perseguidor descrente.

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Vingegaard durante o contra-relógio EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

O dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) reforçou nesta terça-feira a liderança da Volta a França, ao vencer o contra-relógio da 16.ª etapa, com 1m38s de vantagem sobre o perseguidor directo, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates).

O camisola amarela e campeão em 2022 cumpriu os 22,4 quilómetros entre Passy e Combloux, que incluíam uma contagem de montanha de segunda categoria, em 32m36s, relegando o seu “vice” na geral para a segunda posição na tirada e o seu companheiro belga Wout van Aert para a terceira, a 2m51s.

Apesar de ter visto o favoritismo ao triunfo final claramente reforçado, o dinamarquês recusou embarcar já num discurso de vitória antecipada. “Penso que hoje até me surpreendi a mim mesmo com o contra-relógio que fiz. Não esperava sair-me tão bem, para ser honesto”, confessou Vingegaard, agradecendo à equipa e aos directores por o terem guiado “muito bem” durante a 16.ª etapa.

Com esta performance, Vingegaard “descolou” finalmente de Tadej Pogacar, que está agora a 1m48s, após dias sucessivos em que a diferença entre os dois se contava em poucos segundos. Ainda assim, o corredor da Jumbo-Visma negou que o Tour esteja resolvido: “[Risos] Não, ainda faltam muitas etapas duras, temos de continuar nas próximas etapas. Estou ansioso”.

“Medidor estragado?”

O líder da Volta a França, que melhorou inclusive as perspectivas de melhor tempo da organização para a realização do “crono”, declarou ter tido “um grande dia na bicicleta”. “Desde manhã que me sentia bem, desde as primeiras pedaladas. Queria dar o máximo no início, conservar algo [de energia] na parte plana... Os meus números estavam tão elevados que até pensei que o medidor [de potência] estava estragado”, revelou.

A primeira vitória de etapa e do camisola amarela nesta “Grande Boucle”, ele que já tinha somado duas no ano passado, foi mais impactante pela clara derrota de Pogacar, um resignado segundo da geral.

“Não podia fazer muito mais, estava a dar o máximo. Não foi o meu melhor dia, mas o Tour não acabou. Ganhou-me muito tempo, mas vamos tratar de recuperá-lo. No entanto, é evidente que será muito mais duro do que no ano passado”, concedeu o “vice” da passada edição, que acabou então com 2m43s minutos de desvantagem para Vingegaard.

O líder da juventude e bicampeão do Tour (2020 e 2021) não esperava perder tanto tempo para o rival na etapa de ontem. “Foi um pouco um choque”, reconheceu, mas admitiu que “são coisas que podem acontecer” no ciclismo. “Fui segundo, o que não é mau, mas não foi suficiente”, insistiu, defendendo a decisão de trocar de bicicleta para enfrentar a contagem de segunda categoria instalada a 3,5 quilómetros da meta: “Acho que foi a decisão certa, estava melhor na bicicleta clássica e só influenciou uns segundos”.

“Pogi” espera ter “boas pernas” durante a tirada de hoje, dia da última jornada alpina, que inclui a subida ao Col de la Loze, o “gigante” desta Volta a França, prometendo que a 17.ª etapa será interessante, sobretudo se chover. Uma etapa que contempla uma ligação de 165,7 quilómetros entre Saint-Gervais Mont-Blanc e Courchevel e que inclui uma contagem de montanha de categoria especial e duas de primeira.

“Ainda faltam duas etapas duras, na minha opinião as mais difíceis deste Tour, tudo pode acontecer. Qualquer um pode ter um dia mau”, concluiu, embora reconhecendo que não é fácil ganhar quase dois minutos a Vingegaard, quando faltam apenas cinco etapas, a última das quais de consagração, no domingo.

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