Vondrousova surpreende ao conquistar Wimbledon pela primeira vez

Foi a terceira final do Grand Slam perdida por Ons Jabeur, que promete voltar mais forte.

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Stepan Simek encontrou uma “cat sitter” a tempo de poder viajar para Wimbledon e não evitou as lágrimas ao testemunhar o primeiro título do Grand Slam da mulher, Marketa Vondrousova. Na final entre duas jogadoras que ambicionavam conquistar o primeiro major, a tenista checa lidou melhor com as emoções e derrotou Ons Jabeur em dois sets, para tornar-se na primeira tenista não cabeça de série a triunfar na relva do All England Club.

“Amanhã é o primeiro aniversário do nosso casamento, por isso, este é o presente”, revelou Vondrousova, depois de erguer o Venus Dish; além do troféu, a campeã assegurou igualmente um prémio monetário de 2,7 milhões de euros.

Jabeur liderou o set inicial por 4-2 e o segundo por 3-2, mas não conseguiu ganhar o seu serviço para consolidar essas vantagens e terminou com percentagens de serviço (primeiros serviços válidos, pontos ganhos no primeiro e no segundo serviços) abaixo dos 50%.

Vondrousova foi a mais sólida sob o tecto fechado do court central, principalmente nos momentos cruciais, e, ao fim de uma hora e 20 minutos, fechou o encontro, com os parciais de 6-4, 6-4, para suceder no palmarés de Wimbledon às compatriotas Martina Navratilova (nove vezes campeã), Jana Novotna e Petra Kvitova (duas). No fim, a primeira sensação foi de alívio.

“Quando estava a 40-0 quase não consegui respirar, é como se tudo estivesse dependente de nós. Fico muito contente por ter mantido a concentração e calma. Em certos momentos, foi muito difícil; estou muito contente por ter continuado a lutar nos momentos importantes”, frisou a esquerdina checa de 24 anos, que já tinha estado na final de Roland Garros, em 2019, e do torneio olímpico, no ano passado, mas tinha como único troféu importante o do WTA 250 de Biel, conquistado em 2017.

Nas três primeiras visitas a Wimbledon (2017 a 2019), Vondrousova perdeu na eliminatória inaugural – em 2020 não houve competição devido à pandemia –, ganhou um único encontro, na edição de 2021 e, no ano passado, passou por Londres como turista, com o pulso esquerdo engessado., enquanto fazia planos para o seu casamento. Contabilizando as outras presenças em torneios sobre relva, a checa chegou a Wimbledon com apenas quatro encontros ganhos – só Martina Hingis, em 1997, triunfou em Wimbledon com menos vitórias em relva: três.

“Quando chegámos aqui, pensei em jogar sem pressão, apenas tentar ganhar um par de encontros e, então isto aconteceu. Foi um percurso louco, ainda nem acredito”, confessou Vondrousova, que surgiu como 42.ª no ranking mundial e, agora, despede-se como campeã de Wimbledon com a pior classificação desde que foi criado o ranking WTA, em 1975. Na próxima semana, vai surgir no top 10 pela primeira vez. A tenista nascida em Sokolov é também a primeira campeã de Wimbledon casada desde Chris Evert Lloyd, em 1981.

Para Jabeur, a desilusão de perder uma terceira final do Grand Slam e segunda consecutiva em Wimbledon, foi dolorosa. “Marketa fez uma exibição perfeita. Vou aprender com isso e regressar mais forte”, afirmou a tunisina de 29 anos. “Sinceramente, senti muita pressão, muito ‘’stress’, mas como em todas as finais, em todos os encontros que joguei, dizia a mim mesma que era normal. Acho que não fiz nada errado, fiz tudo o que podia. Mas sim, as coisas comigo levam tempo. Espero que aconteça como a outras jogadoras, que falharam algumas vezes e triunfaram mais tarde”, contou Jabeur que, após a final, foi consolada por Kim Clijsters, detentora de quatro títulos do Grand Slam, conquistados depois de perder quatro finais em majors.

A final masculina realiza-se este domingo, entre Carlos Alcaraz (1.º) e Novak Djokovic (2.º), às 14 horas.

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