A vingadora Ons Jabeur volta à final de Wimbledon

Na final de sábado, a tenista tunisina terá como última adversária a checa Marketa Vondrousova.

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Ons Jabeur EPA/NEIL HALL
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Primeiro foi Petra Kvitova, bicampeã em Wimbledon, depois Elena Rybakina, com quem protagonizou a final do ano passado, e agora Aryna Sabalenka, a grande favorita a chegar ao título britânico e ao primeiro lugar do ranking mundial. Todas elas já tinham derrotado Ons Jabeur na relva do All England Club e todas foram eliminadas pela tunisina na edição deste ano. A última adversária, na final de sábado, é Marketa Vondrousova, com quem Jabeur também tem contas a acertar.

“Vou tentar outra vez vingar-me… está a dar resultado”, brincou Jabeur, logo depois de vencer Sabalenka, com quem perdeu aqui, nos quartos-de-final, em 2021.

No ano seguinte, a tunisina confirmou que o seu ténis criativo se adapta bem às exigências da relva ao chegar à final, mas não conseguiu confirmar o favoritismo diante da pouco conhecida Rybakina. Desta vez, Jabeur apresenta-se mais forte, muito graças ao trabalho mental que tem vindo a fazer.

“Tenho trabalhado em mim como uma louca, nem fazem ideia do que tenho estado a fazer. Sou muito dura comigo, a tentar melhorar tudo, algumas vezes impaciente, o que não é bom. Talvez as lesões me tenham abrandado e ensinaram-me a ser paciente e aceitar o que se passa”, explicou a número seis do ranking.

Foi com essa mentalidade que Jabeur se manteve dentro do encontro quando viu Sabalenka liderar, por 7-6, 4-2 – já em Roland-Garros, a bielorrussa tinha estado na frente no derradeiro set (5-3) da meia-final com Karolina Muchova.

“Só queria ‘breaká-la’, mas estava a ser muito difícil. Mas decidi não me preocupar tanto e tentar ser mais agressiva a responder. Ela também falhou alguns pontos o que me ajudou”, revelou.

O break desejado aconteceu e mudou o rumo do encontro. Jabeur também elevou a eficácia do serviço, só perdeu seis pontos quando serviu no set decisivo, e fechou o encontro com o quinto ás, ao fim de duas horas e 20 minutos: 6-7 (5/7), 6-4 e 6-3.

Esta foi a sexta vitória nos últimos sete confrontos decididos no terceiro set com adversárias do top 10 para Jabeur que é a primeira a derrotar três top 10 em Wimbledon – Kvitova (9.ª), Rybakina (3.ª) e Sabalenka (2.ª) – desde Serena Williams em 2012. Se juntarmos Bianca Andreescu, campeã no US Open de 2019, derrotada na terceira ronda, são quatro as vencedoras de Grand Slams que foram eliminadas por Jabeur neste torneio, o que só aconteceu num mesmo major por duas vezes: em 1999 (Serena Williams) e 2005 (Justine Hénin).

Na final de sábado, a primeira tenista a ganhar mais do que 28 encontros sobre relva no intervalo de três anos desde Maria Sharapova (2004 e 2006), vai reencontrar Marketa Vondrousova, com quem perdeu os dois últimos duelos, ambos este ano: no Open da Austrália e no Masters 1000 de Indian Wells. “Espero fazer história não só para a Tunísia, mas para África”, frisou Jabeur.

Vondrousova (42.ª) dominou a ucraniana Elina Svitolina (76.ª), por 6-3, 6-3, em 75 minutos, para tornar-se na primeira tenista não cabeça de série a chegar à final de singulares femininos de Wimbledon desde Billie Jean King, em 1963, ou seja, a primeira na Era Open.

“É mesmo de doidos o que está a acontecer, mas tudo pode acontecer no ténis”, resumiu a checa de 24 anos, finalista há dois anos em Roland-Garros - no ano passado, veio a Londres apenas de visita, pois estava a recuperar de uma cirurgia ao pulso esquerdo, que a afastou da competição por seis meses.

Vondrousova é mais uma brilhante “aluna” da prolífica escola checa, que já viu três jogadoras sagrarem-se campeãs em Wimbledon – Martina Navratilova (nove vezes), Jana Novotna e Petra Kvitova (duas) – e mais seis presenças em finais – também através de Hana Mandlikova e Karolina Pliskova – nos últimos 35 anos.

Nesta sexta-feira, a partir das 13h30, disputam-se as meias-finais masculinas: Novak Djokovic (2.º)-Jannik Sinner (8.º) e Carlos Alcaraz (1.º)-Daniil Medvedev (3.º).

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