Tsitsipas destrói esperanças de Murray em Wimbledon

O torneio do Grand Slam ficou sem representantes britânicos no quadro masculino.

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Andy Murray e Stefanos Tsitsipas no final do encontro Reuters/ANDREW COULDRIDGE
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Stefanos Tsitsipas já está há quatro anos no top 10 e já esteve presente em duas finais de torneios do Grand Slam, mas nunca tinha pisado a relva do court central do All England Club. E logo na sua primeira oportunidade, o grego teve de defrontar o bicampeão de Wimbledon, Andy Murray. Na quinta-feira, o actual número cinco do ranking mundial sentiu bem a pressão de defrontar o ídolo local “na sua sala de estar”, como Tsitsipas lhe chamou, mas no recomeço, soube reagir bem à desvantagem de 1-2 em sets e ganhou as duas partidas necessárias para avançar para a terceira eliminatória.

No regresso ao court central, com o tecto aberto, ao contrário da véspera, Tsitsipas (5.º) e Murray (40.º) mantiveram o nível elevado e o quarto set, sem break-points registados, só se desequilibrou a 3/3, quando o grego ganhou um longo ponto. O campeão de 2013 e 2016 não deu sinais de ter sido afectado pela queda no final do terceiro set, mas perdeu o foco no início do set decisivo e Tsitsipas aproveitou para fazer o break, que lhe deu a vitória por 7-6 (7/3), 6-7 (2/7), 4-6, 7-6 (7/3) e 6-4.

“Não me lembro de ter jogado dois encontros em cinco sets consecutivos nas duas primeiras rondas de um Grand Slam”, admitiu Tsitsipas, que na ronda anterior tinha afastado Dominic Thiem. Uma das razões do cansaço do grego foi facto de ter jogado pares, ao lado do irmão, depois de finalizar a maratona de quatro horas e 40 minutos com Murray, embora repartida por dois dias. “Este dois sets pareceram muito longos. Lembro-me de, a certa altura do quinto set, ter pensado que estamos a jogar há uma eternidade”, disse Tsitsipas que terá como adversário na terceira ronda o sérvio Laslo Djere (60.º).

Já Murray não sabe se voltará a Wimbledon no próximo ano: “Esta [derrota] vai levar mais tempo a ultrapassar e para reencontrar a outra vez motivação para continuar a treinar e melhorar.”

Ao mesmo tempo, no Court N.º 1, Kevin Eubanks derrotava Cameron Norrie, semifinalista em 2022, e Liam Broady – que afastara Casper Ruud – perdeu diante de Denis Shapavalov, deixando o quadro masculino sem britânicos. “É a maior vitória da minha carreira, de longe. Há muitos jogadores que nunca tiveram a oportunidade de defrontar o número um britânico em Wimbledon, num ambiente destes. É uma coisa que nunca irei esquecer”, afirmou Eubanks, apos ganhar, por 6-3, 3-6, 6-2 e 7-6 (7/3).

O norte-americano de 27 anos é um dos 18 jogadores presentes no quadro masculino vindos do circuito universitário dos EUA (como Nuno Borges), e obteve a sétima vitória consecutiva em relva, do título conquistado em Maiorca que o levou ao 43.º lugar do ranking.

Igual registo na relva detém Carlos Alcaraz, campeão no Queen’s há duas semanas, que obteve a segunda vitória em Wimbledon, sobre Alexandre Muller (84.º), por 6-4 7-6 (7/2) e 6-3.

Daniil Medvedev, Holger Rune, Alexander Zverev e Matteo Berrettini também avançaram para a terceira ronda, enquanto Andrey Rublev, Jannik Sinner, Hubert Hurkacz e Denis Shapovalov já estão nos oitavos-de-final. Às 20h30, teve início o aguardado duelo entre Novak Djokovic e Stan Wawrinka, mas ninguém acreditava que iria terminar antes das 23 horas, hora limite para se jogar em Wimbledon.

Tsurenko e o tie-break interminável

No torneio feminino, Iga Swiatek, Jessica Pegula, Belinda Bencic e Elina Svitolina avançaram para os “oitavos”. Regressada da maternidade, Svitolina (76.ª) eliminou Sofia Kenin (128.ª) e vai defrontar outra mãe, Victoria Azarenka (20.ª), que eliminou Daria Kasatkina (19.ª) também em dois sets. Já Pegula (4.ª) terá pela frente Lesia Tsurenko (60.ª), que, esta sexta-feira, entrou para a história.

A ucraniana derrotou a romena Ana Bogdan (57.ª), por 4-6, 6-3 e 7-6 (20/18), após ganhar o mais longo tie-break em encontros de singulares femininos de um Grand Slam. Tsurenko, que entre Março de 2022 e Março de 2023 foi obrigada a abandonar devido a lesão em nove dos 18 torneios que disputou, salvou cinco match-points e concretizou a sétima oportunidade para fechar o encontro, ao fim de três horas e 39 minutos.

Aryna Sabalenka (2.ª) cedeu o set inicial mas ultrapassou a segunda adversária, Varvara Gracheva (41.ª), tal como Ons Jabeur (6.ª), que se juntou a Jelena Ostapenko no topo da lista de jogadoras com mais encontros ganhados em relva nas últimas três épocas, 24, depois de a tunisina ter eliminado a chinesa Zhuoxuan Bai (191.ª) em 45 minutos, com um duplo 6-1.

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