Wawrinka e Djokovic em duelo inédito na relva

O cenário do primeiro confronto entre os dois campeões do Grand Slam neste piso é a terceira ronda do Torneio de Wimbledon.

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Stan Wawrinka EPA/NEIL HALL
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É preciso recuar a 2015, para encontrarmos o nome de Stan Wawrinka na terceira ronda do Torneio de Wimbledon. Mas o suíço de 38 anos continua a desfrutar do ténis e da oportunidade de disputar os grandes torneios e, apesar de duas cirurgias no pé esquerdo, em 2001, o terem atirado para fora do top 300 do ranking mundial, reencontrou a forma necessária para ultrapassar duas eliminatórias num major – o que não acontecia desde o Torneio de Roland-Garros de 2020.

O registo de encontro entre os dois é francamente positivo (20-6) para Djokovic, mas Wawrinka venceu quatro dos últimos cinco duelos realizados em Grand Slams, com destaque para as finais de Roland-Garros (2015) e US Open (2016).

“É óptimo defrontá-lo pelo menos uma vez em relva e primeira em Wimbledon. Penso que não tenho nenhuma possibilidade de vencer o torneio. Estou contente por ter ganhado hoje, estou a jogar cada vez melhor, é uma honra defrontar Novak aqui e vai ser um difícil desafio. Espero ser competitivo, mas se olharmos para os resultados mais recentes, não tenho hipótese”, admitiu Wawrinka, depois de vencer o argentino Tomas Etcheverry (32.º), por 6-3, 3-6, 6-4 e 6-2.

O suíço, que também derrotou Djokovic no Open da Austrália de 2014, a caminho do primeiro dos três títulos do Grand Slam, nunca foi além dos quartos em Wimbledon: em 2014, perdeu com o compatriota Roger Federer e no ano seguinte, esteve perto de defrontar Djokovic nas meias-finais, só que foi eliminado por Richard Gasquet, em cinco sets.

No quarto dia de competição em que, finalmente, ficou completada a primeira eliminatória dos quadros de singulares, registaram-se duas enormes surpresas no quadro masculino.

O britânico Liam Broady (142.º) eliminou um irreconhecível Casper Ruud (4.º), por 6-4, 3-6, 4-6, 6-3 e 6-0 e tornou-se no quarto wild-card a derrotar um top 4 em Wimbledon, sucedendo a Pat Cash venceu Wilander em 1986), Goran Ivanisevic (Marat Safin e Patrick Rafter, em 2001) e Nick Kyrgios (Rafael Nadal, em 2014).

E o sueco Mikael Ymer (59.º) obteve a sua primeira vitória sobre um top 10 e primeira após perder os dois sets iniciais, ao afastar, por 3-6, 2-6, 6-3, 6-4 e 6-2, Taylor Fritz (9.º), quarto-finalista no ano passado e cujo melhor resultado nos últimos quatro majors foi uma terceira ronda em Roland-Garros.

Regressado a Wimbledon após a final de 2021, perdida para Djokovic, o italiano Matteo Berrettini (38.º) venceu o compatriota e amigo Lorenzo Sonego (42.º), por 6-7 (5/7), 6-3, 7-6 (9/7) e 6-3, num encontro que teve início… segunda-feira.

Alexander Zverev e Alex Di Minaur passaram igualmente a ronda inaugural, enquanto Andrey Rublev, Frances Tiafoe, Lorenzo Musetti, Tommy Paul, Hubert Hurkacz, Grigor Dimitrov e Denis Shapovalov já estão na terceira eliminatória.

Adiado ficou o desfecho do muito aguardado duelo entre Stefanos Tsitsipas (5.º) e Andy Murray (40.º), devido à impossibilidade de se jogar depois das 23 horas. Ao fim de quase três horas de jogo, Murray lidera por 6-7 (3/7), 7-6 (7/4) e 6-4, com o recomeço marcado para sexta-feira, logo após a conclusão do primeiro encontro, que tem início às 13 horas.

Na prova feminina, Sofia Kenin confirmou a vitória anterior sobre Coco Gauff e ultrapassou a chinesa Xinyu Wang (73.ª), por 6-4, 6-3. A campeã do Open da Austrália de 2020 está pela primeira vez na terceira ronda de Wimbledon, depois de chegar como 128.ª ao qualifying, onde passou as três rondas sem perder um set.

Já a campeã em título, Elena Rybakina, teve dificuldades para vencer a veterana francesa Alizé Cornet (74.ª), cuja queda na parte final do segundo set comprometeu a excelente réplica, acabando por ceder ao fim de uma hora e 48 minutos: 6-2, 7-6 (7/2).

Jessica Pegula, Caroline Garcia, Belinda Vekic, Donna Vekic, Bianca Andreescu também venceram, assim como Elina Svitolina que eliminou Elise Mertens (28.ª), por 6-1, 1-6 e 6-1 – desde 2000, quando Arantxa Sanchez Vicario venceu Justine Hénin na ronda inicial, que não se registavam parciais idênticos em Wimbledon.

Outras cabeças de série que rolaram foram as checas Karolina Muchova, recente finalista em Roland-Garros, e Barbora Krejcikova, que se lesionou diante da teenager Mirra Andreeva. A russa é, aos 16 anos e 68 dias, a terceira tenista mais nova a vir do qualifying e chegar à terceira ronda de Wimbledon, após Kim Clijsters (1999) e Coco Gauff (2019).

A jornada de quinta-feira ficou marcada pelo adeus de Anett Kontaveit, eliminada por Marie Bouzkova, com os parciais de 6-1, 6-2. A estoniana de 27 anos sofre de uma lesão degenerativa na zona lombar e abandona o circuito com seis títulos de singulares conquistados e presença em 16 finais, incluindo as WTA Finals de 2021, resultado que contribuiu para chegar ao segundo lugar do ranking, em Junho de 2022.

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