Hanane Hajj Ali corre ao encontro de Medeia

No monólogo que leva ao Festival de Almada, de hoje a domingo, a actriz e encenadora libanesa procura Medeias contemporâneas. Jogging é uma luta teatral contra uma “era de mitos e de fatalismo”.

Foto
Hanane Hajj Ali junta em Jogging as narrativas de três mulheres – ela incluída Marwan Tahtah
Ouça este artigo
00:00
05:51

Desde os tempos em que estudou encenação na universidade que Hanane Hajj Ali se diz apaixonada pela “primeira anti-heroína por excelência”. Medeia seduzia-a enquanto personagem – como fez e faz com todas as actrizes e todos os encenadores de que a libanesa consegue lembrar-se –, mas Hanane recusava-se a interpretá-la como actriz. Era uma figura complexa, cruel e profética, que a intrigava, em parte, porque não conseguia compreender uma mãe capaz de matar os próprios filhos. Medeia estava para lá daquilo que lhe parecia verosímil e aceitável, e por mais que lesse várias teorias que explicavam “o como e o porquê” de tamanho acto, não conseguia ultrapassar esse bloqueio. A atracção por uma Medeia cheia de contradições era palpável e irresistível, mas o seu lado racional não lhe permitia ultrapassar um gesto que lhe parecia inconcebível, inumano e incoerente.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar