Relva de Wimbledon não foi amiga de Nuno Borges

Uma queda impediu que o tenista português discutisse a vitória na primeira eliminatória.

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Nuno Borges sentiu dificuldades físicas EPA/TOLGA AKMEN

O terceiro dia do Torneio de Wimbledon foi de grande acção para… os funcionários que cobrem e descobrem os courts. A teimosia dos organizadores em jogar o mais tempo possível ao ar livre levou a vários adiamentos e interrupções dos 87 encontros previstos, mesmo nos courts central e N.º 1, que possuem tecto amovível. Um dos mais afectados foi o que opôs Nuno Borges ao cabeça de série n.º 18, Francisco Cerundolo (19.º), mas quando o sol começou a brilhar, as probabilidades do maiato vencer foram diminuindo.

Borges (69.º) cedeu o break a abrir o encontro e, a 3-5, teve de enfrentar um set-point, altura em que a chuva forçou uma segunda paragem. No regresso, Borges reentrou melhor: salvou o set-point, fechou o jogo de serviço, aproveitou o quarto break-point para igualar e passou para a frente do marcador (6-5). Cerundolo acusou o momento e com três erros não forçados, incluindo uma dupla-falta, cedeu o set.

Já no segundo jogo do segundo set, Borges torceu o pé direito numa subida à rede e, apesar de receber assistência médica, as dores mantiveram-se e reduziram a sua capacidade de movimentação. “Claramente que mudou o jogo todo. Engraçado que eu estava a debater-me, set point abaixo, de repente, dou a volta ao set, estou a acreditar que posso ir buscar aquilo, ele um bocadinho cabisbaixo e… aconteceu, escorreguei, não consegui proteger-me e saio daqui, como é que hei-de dizer, muito triste”, afirmou ao site Raquetc, depois de ter saído cabisbaixo do court 15.

No court 18, houve ainda outro tipo de interrupções, causadas por activistas do movimento Just Stop Oil, que invadiram o campo e espalharam confettis cor-de-laranja e um puzzle do court central, antes de serem detidos e expulsos do clube. Uma primeira e, no encontro seguinte, uma segunda vez.

No embate mais esperado do quadro masculino, Stefanos Tsitsipas eliminou Dominic Thiem, que continua sem ganhar em majors desde Janeiro de 2021. O grego impôs ao fim de quase quatro horas, no terceiro match-point, por 3-6, 7-6 (7/1), 6-2, 6-7 (5/7) e 7-6 (10/8), e marcou encontro na segunda ronda com Andy Murray. Sei que ninguém vai puxar por mim”, admitiu Tsitsipas, que está igualmente inscrito em pares, com o irmão Petros, e em pares mistos, com a namorada Paula Badosa.

Novak Djokovic tornou-se no terceiro tenista na história a disputar 350 encontros nos Grand Slam, imitando Roger Federer (369) e Serena Williams (365). O sérvio somou a segunda vitória nesta edição de Wimbledon, sobre Jordan Thompson (70.º), por 6-3, 7-6 (7/4) e 7-5. Antes, Daniil Medvedev, Holger Rune, Taylor Fritz, Frances Tiafoe, Tommy Paul e Grigor Dimitrov estrearam-se na prova a vencer.

Destaque para a vitória de Milos Raonic, finalista em 2016 e regressado à competição no mês passado, após sucessivas lesões. O canadiano de 32 anos não competia em Wimbledon desde 2019, mas assinou 27 ases e salvou os dois break-points que enfrentou para ultrapassar Dennis Novak (159.º), por 6-7 (5/7), 6-4, 7-6 (7/5) e 6-1.

No torneio feminino, as atenções centraram-se em Anett Kontaveit, a disputar o último torneio da carreira, devido a uma lesão generativa num disco lombar. A antiga número dois mundial e actual 81.ª não tem pressa em despedir-se e venceu a italiana Lucrezia Stefanini (111.ª), com um duplo 6-4.

A maior surpresa veio de Marta Kostyuk (36.ª), que se tornou na terceira jogadora a derrotar uma top 10 em Wimbledon após ceder o set inicial por 0-6. Mas ao fim quase duas horas, a ucraniana, que nunca tinha derrotado uma adversária deste estatuto em 14 confrontos, eliminou Maria Sakkari (8.ª), por 0-6, 7-5 e 6-2.

Iga Swiatek (1.ª) e Daria Kasatkina (10.º) assinaram vitórias rápidas em que cederam somente dois jogos às adversárias.

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