Portugal afastado pela Inglaterra do Europeu de sub-21

Selecção portuguesa afastada pela Inglaterra nos quartos-de-final do Euro sub-21. Esta derrota afasta equipa nacional dos Jogos Olímpicos.

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Portugal saiu no Euro sub-21 nos quartos-de-final EPA/YURI KOCHETKOV
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A selecção portuguesa deixou o seu melhor para o fim, mas isso não foi o suficiente para se manter em prova no Europeu de sub-21. A formação orientada por Rui Jorge perdeu neste domingo por 1-0 frente à Inglaterra e falhou o acesso às meias-finais, ficando ainda de fora da luta por um lugar no torneio olímpico de futebol dos Jogos de Paris no próximo Verão.

A participação portuguesa foi um fracasso no que diz respeito aos dois objectivos, vencer a competição pela primeira vez e qualificação para os Jogos, e, no entanto, fica a sensação de que qualquer um deles (ou ambos) estava ao alcance. Pena que a melhor versão desta selecção só se tenha manifestado nos seus últimos 45 minutos.

Depois de um torneio em que as exibições variaram entre o mediano e o medíocre, Portugal chegava a este confronto com os ingleses com um complexo de inferioridade, como que a assumir o favoritismo dos britânicos. E a verdade é que os jogos anteriores não motivavam grandes optimismos: derrota com a Geórgia a abrir, empate com os Países Baixos e vitória sobre a Bélgica graças a um penálti milagroso. Frente aos ingleses, recheados de gente com muita experiência de Premier League, Portugal pensou pequeno e ficou, sobretudo, à espera do que o jogo lhe pudesse dar.

A Inglaterra, como se esperava, assumiu o comando e, logo aos 4’, Curtis Jones arrancou um belo remate que saiu ao lado da baliza de Celton Biai. Na resposta, aos 14, foi Pedro Neto a fazer pontaria à baliza inglesa, após jogada de João Neves, mas saiu ao lado. Isto foi o melhor que a selecção portuguesa fez durante a primeira parte porque continuou a insistir nos mesmos processos ofensivos, futebol directo e muito pouco apoiado.

Os ingleses eram exactamente o contrário, e foi numa bela demonstração de colectivo que chegaram ao golo. Tudo começa nos pés de Angel Gomes, filho do antigo internacional jovem por Portugal Gil, Gibbs-White recebe na direita, faz o cruzamento rasteiro e Anthony Gordon, avançado do Newcastle, atira a contar. Era um desenvolvimento natural para o que o jogo estava a mostrar e Portugal podia fazer uma de duas coisas: esperar por mais um milagre, ou tentar criar esse milagre.

Rui Jorge percebeu que Portugal só tinha a ganhar com mais presença criativa no meio-campo e, para a segunda parte, lançou no jogo Paulo Bernardo. Com o médio benfiquista em campo, Portugal elevou a sua produção a níveis que ainda não tinham sido atingidos neste Europeu. Depois de 315 minutos sem chama, Portugal arrancou para uma segunda parte cheia de intenção ofensiva e manteve os ingleses remetidos a um papel defensivo junto da sua área.

Foi tudo feito com intenção, mas também com alguma dose de desespero. E a formação britânica foi mais do que competente a cumprir o que o jogo pedia, tranquilidade total, bem defendida na sua baliza por um gigante James Trafford, guarda-redes ligado ao Manchester City que jogou a última época emprestado a uma equipa da terceira divisão e que terá um belo futuro à sua espera.

Ele defendeu uma série de bolas perigosas e, da única vez que não chegou lá, a bola bateu no ferro. Foi aos 73’, num cruzamento de Pedro Neto que cruzou com a cabeça de Henrique Araújo. Depois desta enorme oportunidade, a chama portuguesa foi-se lentamente apagando até se extinguir no último dos seis minutos do tempo de compensação. Portugal acordou demasiado tarde para este torneio e, pelo que fez na despedida, talvez vá embora demasiado cedo.

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