Preços das comunicações sobem mais do que a inflação em Maio

Os preços das telecomunicações subiram 4,2% em Maio, em termos homólogos, mais dois pontos-base do que a taxa de variação homóloga da inflação.

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A Nowo não tem cobertura nacional, mas tem os pacotes de serviços com as menores mensalidades Kacper Pempel
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Em Maio, os preços dos serviços de telecomunicações subiram 4,2% face ao mesmo mês de 2022, embora tenham ficado estáveis face ao mês de Abril, assinalou a Anacom.

“Esta variação dos preços das telecomunicações foi 0,2 pontos percentuais (p.p.) superior ao verificado pelo IPC (4%)”, destacou a entidade reguladora, em comunicado divulgado esta sexta-feira. Nos últimos 12 meses, a variação média foi de 2,2%.

Este ano, as empresas de telecomunicações actualizaram os seus tarifários em 7,8%, em linha com a inflação registada no ano passado. A Meo e a Nos subiram preços em Fevereiro e a Vodafone fê-lo em Março. A Nowo, que está em processo de aquisição pela Vodafone, manteve os seus tarifários.

O aumento de custos energéticos, dos combustíveis e dos equipamentos num contexto de guerra e de perturbação das cadeias logísticas foi a razão invocada pelas empresas para a actualização de tarifários que, segundo a Anacom, catapultou os preços dos serviços de comunicações para a “maior subida mensal em 27 anos” – de 4,8%, em Fevereiro. Face a Fevereiro de 2022, os preços aumentaram 3,9%, a maior subida desde Dezembro de 2016.

Na análise às ofertas comerciais disponíveis no mercado em Maio, a Anacom faz notar que, comparativamente com o ano passado (e à semelhança do constatado em Abril), houve um conjunto “de 32 serviços/ofertas com aumentos de preços”. Em contrapartida, outros seis registaram uma diminuição – por exemplo, a mensalidade mínima da televisão por subscrição (TVS) “aumentou 7,6%, devido à descontinuação das ofertas de TVS single play da Nos”. Assim, em Maio, a “mensalidade mínima da TVS correspondia a uma oferta single play [só televisão] da Meo [grupo Altice]”.

No telefone fixo, “a despesa mínima” subiu 5,3%, porque houve um “aumento do preço por minuto das chamadas para a rede fixa do Tarifário Voz Fixa da Vodafone de 7 cêntimos para 7,38 cêntimos”; na Internet móvel, a mensalidade mais baixa “aumentou 4,3% devido ao fim da oferta da primeira mensalidade do tarifário da Nowo, e ao fim do tarifário pós-pago Uzo com mensalidade de 7,50 euros com oferta da primeira mensalidade da Meo, em Março”.

Também subiu a mensalidade mínima da oferta 5P (pacote de cinco serviços), neste caso 6,3%, porque subiu a “mensalidade da oferta Fibra 4 Light da Vodafone em Fevereiro de 2023”.

Quanto a descidas, o regulador refere que as mensalidades mais baixas dos pacotes 3P (televisão, telefone fixo e Internet) e 4P (acrescenta a estes serviços a Internet móvel), bem como de duas ofertas 2P (televisão e telefone), “diminuíram devido a um aumento do valor do desconto, durante os primeiros seis meses, da oferta da Nowo a partir de Janeiro de 2023”.

O 3P mais barato é mesmo o da Nowo, são 23,75 euros por mês, tal como o 4P, que são 31,25 euros.

A Nowo, cuja rede fixa não tem cobertura nacional, é o concorrente com menor quota de mercado e poderá desaparecer, se for concluída a compra pela Vodafone, mas, por enquanto, é aquela que, de um conjunto de 13 serviços/ofertas analisados, se destaca pelos preços mais baixos: apresenta as mensalidades mínimas “em oito casos”.

Já a “Meo e a Vodafone apresentaram as mensalidades mais baixas para quatro e dois tipos de serviço/ofertas, respectivamente”, algo que a Nos só mostrou num único serviço/oferta, concluiu a Anacom.

Em Maio, a Vodafone tinha a mensalidade 5P (acrescenta aos outros serviços a banda larga móvel para PC ou tablet) mais baixa, de 60,50 euros, segundo a Anacom.

A Anacom destaca ainda que, em termos homólogos, “a Nowo diminuiu a mensalidade de seis serviços/ofertas (aumento do valor do desconto, durante os primeiros seis meses, da oferta da Nowo) e aumentou a mensalidade em dois serviços/ofertas”. No caso dos três maiores operadores, as subidas foram generalizadas: “A Meo aumentou a mensalidade de sete serviços/ofertas, enquanto a Nos aumentou a mensalidade de dez serviços/ofertas.”

Já a Vodafone “aumentou a mensalidade mínima em todos os 13 serviços/ofertas considerados”.

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