Euro 2024: vento a favor do Luxemburgo, tempestade sobre a Polónia

Selecção orientada por Fernando Santos sofreu derrota surpreendente na Moldova, onde esteve a ganhar por dois golos de diferença.

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A Moldova fez três golos na segunda parte e bateu a Polónia DR
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A Bósnia circulava a bola com tranquilidade no terço defensivo, até chegar a Barisic, dentro da área. O central deixou-se antecipar por Yvandro Sanches, que ficou em frente ao guarda-redes, contornando-o para o primeiro golo do Luxemburgo. Foi o mote para o surpreendente triunfo dos visitantes (0-2) em Zenica, num jogo com implicações no grupo de Portugal.

De ascendência cabo-verdiana, Yvandro Sanches é, aos 19 anos, uma das pérolas da selecção luxemburgesa. Na presente temporada, brilhou na equipa B do Borussia Mönchengladbach, mas as boas prestações valeram-lhe um par de jogos na Bundesliga, ao serviço da equipa principal. Atacante versátil, e com parecenças com Rafael Leão (quer físicas, quer no estilo), é já um dos valores seguros de um país que não se distingue propriamente pelo talento que produz no futebol de elite.

Nesta terça-feira, Yvandro contribuiu com o primeiro golo — e não só — para uma vitória de certa forma inesperada. É verdade que a eficácia do Luxemburgo na finalização foi providencial (em três remates enquadrados apontou dois golos), mas também houve mérito q.b. na forma como conseguiu anular uma Bósnia que voltou a confiar na qualidade dos veteranos Dzeko, no ataque, Pjanic, no meio-campo, e Kolasinac, no lado esquerdo da defesa.

Os bósnios, que tinham feito a vida negra a Portugal no passado fim-de-semana, especialmente na primeira parte, tiveram algum ascendente na posse de bola (como se esperava), mas raramente encontraram as rotas adequadas para a baliza adversária — e os dois remates enquadrados que fizeram estão aí para o provar.
Rigorosa defensivamente, a formação do Luxemburgo deu a estocada final aos 74’, por intermédio do médio ofensivo

Danel Sinani, um sérvio de origem que, nesta temporada, esteve emprestado pelo Norwich City ao Wigan. Num Grupo J em que a Eslováquia não desarma (derrotou, fora de portas, o Liechtenstein por 0-1), mantendo a distância de dois pontos face a Portugal, o Luxemburgo está agora confortavelmente instalado no terceiro lugar, com quatro pontos de vantagem sobre a Bósnia.

Choque em Chisinau

Tão ou mais impactante do que a vitória luxemburguesa foi a derrota da Polónia, em Chisinau, no grupo E. Especialmente porque a selecção orientada por Fernando Santos esteve a ganhar por 0-2 na Moldova, antes de permitir a reviravolta (3-2).

Arkadiusz Milik e Robert Lewandowski fizeram parecer fácil o arranque do jogo para os polacos: o primeiro marcou aos 12’, após assistência do segundo; e aos 34’ os termos da equação inverteram-se, para golo do avançado do Barcelona.

Os ventos sopravam a favor da Polónia, que terminou a partida com 68% de posse de bola e 18 remates (contra 32% e oito remates). Mas a surpresa começou a desenhar aos 48’, com golo de Nicolaescu, que empataria aos 79’, antes de Baboglo operar a reviravolta completa, que deixa os polacos em apuros, na penúltima posição. Fernando Santos vive dias difíceis.

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