Onze anos depois, a Espanha volta aos títulos

“Roja” derrota a Croácia na final da Liga das Nações. Depois de 120 minutos sem golos, título foi decidido nos penáltis.

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Simón defendeu dois penáltis no desempate Reuters/YVES HERMAN
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Onze anos depois, a Espanha voltou aos títulos, triunfando neste domingo sobre a Croácia na final da Liga das Nações. Depois de um 0-0 em 120 minutos, só no desempate dos penáltis é que a “roja” conseguiu quebrar a resistência croata (5-4), redimindo-se, desta forma, da derrota com a França na final de 2021 em San Siro. Para os croatas, é mais um torneio com sabor a frustração – segunda final perdida, depois do desaire no Mundial de 2018 – e com a sombra do abandono iminente daquele que tem sido o seu maestro nos últimos 17 anos, Luka Modric, que tem ganho muito com o Real Madrid, mas continua a zeros com a selecção do seu país.

Seria uma estreia em grande para De La Fuente, um título ao quarto jogo como seleccionador da “roja”? Ou o título que faltava a Modric? Era o que estava em jogo no De Kuip, em Roterdão, entre uma Espanha a querer reencontrar o caminho dos títulos (o último foi no Euro 2012) e uma Croácia que chegou longe nos dois últimos Mundiais (finalista vencido em 2018 e terceiro classificado em 2022), mas que ainda procurava o seu primeiro título.

Nem todas as finais podem ser como o Argentina-França do último Mundial, provavelmente a melhor de sempre. Este Croácia-Espanha teve níveis de espectacularidade bem reduzidos, sem grandes oportunidades de golo, com muito equilíbrio e muitas cautelas. Para a formação orientada por Zlatko Dalic, já se sabe, é uma questão de estilo, uma equipa que é especialista a “jogar a passo”, com paciência e com enorme capacidade de resistência. Não interessava à “roja” um jogo nestes moldes. Mas foi o que teve.

Os espanhóis bem tentaram impor o seu jogo logo desde o início, conseguindo até uma boa oportunidade de golo a fazer pressão alta sobre a defesa croata. Aos 12’, Gavi tirou a bola a Brozovic e, de imediato, fez pontaria à baliza de Livakovic – saiu ao lado. A resposta croata chegou 11 minutos depois, num lançamento longo para Kramaric, que entrou na área espanhola em condições de rematar, mas Laporte conseguiu o desarme no último segundo.

Foi o que de mais interessante aconteceu na primeira parte. A segunda foi um pouco mais mexida, mas não muito mais. Os croatas, levados pela mão por Modric, libertaram-se um pouco mais e foram tendo algumas aproximações perigosas à baliza de Unai Simón, enquanto os espanhóis estavam francamente desinspirados – uma das excepções foi um cabeceamento aos 57’ de Asensio, um dos desempregados desta selecção, que saiu por cima, após cruzamento de Alba, outro que ainda não tem novo clube.

A outra foi aos 84’, num raro momento de inspiração, com a jogada a passar por Alba e Merino, que, já dentro da área, fez o cruzamento para Ansu Fati. O jovem do Barcelona atirou para o sítio certo, mas Perisic estava no caminho e a jogada perdeu-se. E foi a última oportunidade para evitar o primeiro prolongamento da curta história das finais da Liga das Nações.

No tempo extra, ninguém arriscou muito e foram mais 30 minutos muito iguais aos primeiros 90, incluindo no número de golos marcados: zero. E assim se chegou ao desempate por penáltis. Ninguém falhou nas primeiras três séries – penáltis perfeitos e os guarda-redes nem sequer estiveram perto de defender. No quarto penálti croata, Majer permitiu a defesa de Unai Simón e, na resposta, Asensio deixou a Espanha em vantagem. Perisic manteve a Croácia na luta, e Laporte atirou à trave.

Tudo empatado (como não…). O desempate avançou para o mata-mata, em que Simón, guardião do Athletic Bilbao, voltou a brilhar, detendo o remate de Petkovic. E Carvajal, com uma "panenkada", não desperdiçou o segundo “match point”, levando a Espanha ao seu quinto título, depois de três Europeus (1964, 2008 e 2012) e o Mundial (2010).

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