Lorenzo Sonego assina maior êxito da carreira em Roland Garros

Novak Djokovic foi testado, mas só durante dois sets, diante de Alejandro Davidovich Fokina, chegando aos oitavos-de-final da prova.

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Lorenzo Sonego Reuters/KAI PFAFFENBACH
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Poucos sabem, mas Lorenzo Sonego gosta muito de música e, em 2021, editou Un solo secondo, ao estilo reggaeton com letra em italiano. Uma segunda canção está prevista para este Verão, mas o maior êxito da carreira foi a eliminação do torneio de Roland Garros do número sete do ranking mundial, Andrey Rublev, e teve por palco o court Suzanne Lenglen, totalmente rendido à entrega do tenista italiano durante 3h45m. Foi a primeira vitória da carreira de Sonego depois de perder os dois sets iniciais e a primeira sobre um top 10 num torneio do Grand Slam.

“Penso que joguei o melhor ténis este ano. Tinha muitas coisas na cabeça, mas tentei focar-me em todos os pontos, desfrutar o momento, o público ajudou-me muito”, reconheceu o italiano de 28 anos, após eliminar Rublev, por 5-7, 0-6, 6-3, 7-6 (7/5) e 6-3. Depois de ceder o segundo set em menos de meia hora, Sonego (48.º mundial) foi à casa de banho e regressou com uma atitude mais ofensiva, tirando mais partido do primeiro serviço e da forte direita com que começou a fazer deslocar o adversário e subindo mais à rede.

Rublev apresentava credenciais sólidas nesta edição do torneio francês, onde foi quarto-finalista em 2020 e 2022, pois chegou a Paris com o seu primeiro título Masters 1000, conquistado semanas antes, na terra batida de Monte-Carlo. Foi ainda finalista em Banja Luka, tendo realizado 19 encontros neste piso nos dois derradeiros meses e queixou-se de falta de tempo para treinar-se. Por duas vezes, ambas no quarto set, Rublev passou a dois pontos da vitória, mas acabou por, pela primeira vez, perder um encontro com uma vantagem de 2-0 em sets.

O ténis italiano, que tinha perdido Jannik Sinner na véspera, perdeu igualmente o concurso de Fabio Fognini (130.º), eliminado em cinco sets pelo austríaco vindo do qualifying Sebastian Ofner (118.º). Em contrapartida, outro Lorenzo, Musetti (18.º) levou pouco mais de duas horas para se juntar ao compatriota Sonego, ao ultrapassar Cameron Norrie (13.º): 6-1, 6-2 e 6-4. Segue-se Carlos Alcaraz (1.º) que apenas cedeu sete jogos a Denis Shapovalov (32.º).

Novak Djokovic (3.º) também seguiu em frente, mas só depois dos mais longos três sets que alguma vez disputou num major: 7-6 (7/4), 7-6 (7/5) e 6-2, em 3h36m, para ultrapassar Alejandro Davidovich Fokina (34.º). Ao fim de 2h49m, Djokovic celebrou efusivamente a conquista do segundo tie-break e a vantagem de dois sets a zero e, logo depois, recebeu assistência na coxa esquerda e ironizou com gestos os assobios de vários adeptos franceses. “Tenho que aceitar as circunstâncias. Às vezes, preciso do fisioterapeuta, outras de comprimidos, ou ajuda de Deus ou os anjos. A realidade é que, hoje, o meu corpo responde diferentemente do que há alguns anos”, explicou o sérvio.

No sector feminino, Aryna Sabalenka (2.ª) teve a permissão da federação francesa de ténis para não comparecer na habitual conferência de imprensa e, perante alguns jornalistas escolhidos pela organização, justificou que não se sentia segura a responder a questões sobre a guerra na Ucrânia.

A bielorrussa avançou para a quarta ronda, tal como a ucraniana Elina Svitolina (192.ª) que, numa reedição da final de Estrasburgo de sábado passado, derrotou Anna Blinkova (56.ª), desta feita pelos parciais de 2-6, 6-2 e 7-5. E no fim, como tem sido habitual, não cumprimentou a adversária russa.

Na prova de pares, Francisco Cabral e o brasileiro Rafael Matos avançaram para os “oitavos”, ao vencerem o australiano Max Purcell e o norte-americano Ben Shelton, por 6-3 e 6-0. Segue-se a dupla formada pelo norte-americano Austin Krajicek (5.º no ranking de pares) e o croata Ivan Dodig (8.º).

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