Sevilha conquista sétima Liga Europa nos penáltis, Mourinho cai na sexta final

Mancini e Ibañez falharam na hora da verdade e entregaram o troféu aos especialistas espanhóis, que acabaram com as dúvidas da marca dos 11 metros.

sevilha,roma,desporto,jose-mourinho,liga-europa,futebol-internacional,
Fotogaleria
Reuters/MARKO DJURICA
sevilha,roma,desporto,jose-mourinho,liga-europa,futebol-internacional,
Fotogaleria
Roma começou por cima, mas o Sevilha resistiu EPA/Tibor Illyes
sevilha,roma,desporto,jose-mourinho,liga-europa,futebol-internacional,
Fotogaleria
EPA/Zsolt Czegledi
Ouça este artigo
--:--
--:--

O Sevilha conquistou esta quarta-feira pela sétima vez a Liga Europa, garantindo a entrada na Liga dos Campeões em 2023-24, numa partida que precisou de prolongamento (1-1) e penáltis (4-1) para decidir o vencedor e o final da invencibilidade de José Mourinho em finais europeias.

A Roma soube condicionar na perfeição um Sevilha de maior vocação ofensiva, mas que sem encontrar espaços de penetração era obrigado a bater bolas na frente, obviamente condenadas à devolução automática por parte dos defesas da equipa italiana.

Teleguiada por José Mourinho, a Roma esperava pelo momento exacto para ferir os recordistas da Liga Europa, como sucedeu logo aos 10 minutos, em lance desperdiçado por Spinazzola, após cruzamento de Celik para a área, onde o médio ala italiano surgiu sem marcação para atirar fraco para as mãos de Bounou. Estava dado o primeiro aviso.

A Roma apoderava-se do comando do jogo, sempre com Matic a pautar e a distribuir, na esperança de um golpe de asa de Paulo Dybala, a quem o treinador português confiou a titularidade. Em modo furtivo, o argentino tentava algumas movimentações pela direita, embora coubesse a Tammy Abraham, parceiro de ataque, protagonizar um potencial lance de penálti, à passagem da primeira meia-hora de jogo.

O avançado foi tocado de raspão na cabeça por Gudelj, em zona proibida, mas o VAR não descortinou motivos para castigo máximo. Não precisou a Roma da benesse, já que Dybala, assistido por Gianluca Mancini, após uma perda de bola de Rakitic (que ficou a pedir falta de Cristante), Dybala surgiu em posição privilegiada para marcar, não perdoando.

Mourinho ganhava a aposta de risco e Dybala ficava a um golo do líder dos goleadores da prova, Marcus Rashford, somando o quinto da campanha europeia, 17.º da época.

Para o Sevilha, que viu o VAR validar o lance, este era um momento de angústia que só não viu agravar-se porque nova investida de Dybala não encontrou ninguém para ampliar a vantagem. Nessa altura, Rui Patrício era um espectador privilegiado, atento a um cabeceamento de En-Nesyri, antes do momento verdadeiramente perigoso numa entrada de Fernando, que desviou por cima.

O Sevilha não estava rendido e, aos 45+5’, Rakitic, de pé esquerdo, tentou redimir-se do lance do golo romano e disparou um pequeno míssil directo ao poste.

A Roma recolhia aos balneários em vantagem, ciente de que a segunda parte seria de intensa pressão, o que se confirmou em pleno. O Sevilha, com duas substituições (saíram Óliver Torres e Bryan Gil, entraram Erik Lamela e Suso) forçou a muralha romana e não demorou muito a encontrar a brecha, num cruzamento do “capitão” Jesús Navas a solicitar a intervenção de En-Nesyri. Apertado, Mancini acabou por tocar a bola com a coxa, traíndo Rui Patrício.

O empate surgia na forma de autogolo e Mourinho pedia calma, bem necessária para evitar que os espanhóis se agigantassem.

Reagia bem a formação “giallorossa”, com Abraham, na sequência de um livre lateral, a lançar o pânico na área de Bounou, onde a bola acabou por sobrar para Ibañez, que atirou ao lado. Nada que se comparasse ao sentimento experimentado pela Roma, patente no desespero de Mourinho, quando o árbitro assinalou penálti de Ibañez sobre Ocampos, a 15 minutos dos 90.

Decisão revertida depois de revistas as imagens que ilibaram o brasileiro, que ainda tocou na bola antes do avançado argentino se projectar e cair com espalhafato. No capítulo dos penáltis, a Roma também teve direito a reclamar uma mão de Fernando, que o árbitro não concedeu.

Com as emoções a tomarem conta da final, a Roma desperdiçou ocasião soberana, num remate de Belotti que Bounou ainda desviou, forçando o prolongamento. Era tempo de gerir, esperar, com o desgaste a acumular-se. Exigia-se critério e sangue frio, nem que o resultado fosse decidido nos penáltis, como foi, para azar da Roma e de Mourinho, traído por Mancini e Ibañez na hora da verdade.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários