Nuno Borges venceu e segue em frente em Roland-Garros

A ucraniana Marta Kostyuk recusou-se a cumprimentar a adversária e foi fortemente assobiada.

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Nuno Borges Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE
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Quatro horas foi quanto demorou Nuno Borges a inscrever o seu nome na segunda ronda do Torneio de Roland-Garros e suceder aos compatriotas Nuno Marques, Rui Machado e João Sousa. A histórica vitória do tenista português, um ano depois de ter sido eliminado na estreia no quadro principal, foi conseguida com muito esforço, físico e mental, para derrubar o “gigante” e experiente John Isner, que só caiu do alto dos seus 2,08m ao sexto match-point.

Centenas de pessoas encheram as pequenas bancadas do court 13 e vibraram com as incidências da vitória de Borges (80.º), por 6-4, 5-7, 7-6 (7/3), 4-6 e 7-6 (11/9), sobre Isner – o tenista norte-americano, de 38 anos, está na fase final da carreira e ocupa o 90.º posto do ranking, após ter sido oitavo em 2019.

No set decisivo, o maiato liderou por 4-1, serviu para o encontro a 5-4 e, no jogo seguinte, dispôs de três match-points, dois deles anulados por ases – de um total de 38 assinados pelo norte-americano. No tie-break do quinto set – que, nos majors, termina quando um jogador ganha, no mínimo, 10 pontos –, Borges comandou por 8-4, antes de Isner igualar a 9-9 e cometer uma dupla falta que lhe deu a derradeira oportunidade para fechar o encontro.

“Já o vi tantas vezes na televisão; baseia o seu jogo no serviço e logo aí causa tanta pressão. Tive que aprender a motivar-me com os erros dele, porque toma muito conta do jogo. Foi uma batalha mental gigante, porque não consegui fechar o terceiro set quando servi, ainda para mais não servi nada bem em todo o encontro e ele coloca muita pressão na resposta ao serviço. No quinto set estive novamente a servir para fechar, não consegui, passa tudo e mais alguma coisa pela cabeça, foi necessário colocá-la no sítio para jogar o tie-break. Acho que foi merecido, porque podia ter corrido melhor para o meu lado, mas tive que aceitar que faz parte e estou muito orgulhoso, não pela prestação tenística em si, mas pela capacidade de aguentar do princípio ao fim e sair com uma vitória”, afirmou Borges, que esta segunda-feira ficará a conhecer o próximo adversário, que sairá do embate entre o espanhol Bernabé Zapata Miralles (38.º) e o argentino Diego Schwartzman (95.º).

Na prova feminina, a campeã do Open da Austrália, Aryna Sabalenka (2.ª), estreou-se vencendo a ucraniana Marta Kostyuk (28.ª), por 6-3, 6-2. No final, Kostyuk não cumprimentou a adversária e foi apupada pelo público francês quando abandonou o court.

“Essas pessoas deviam ter vergonha. Quero ver como elas vão reagir quando a guerra acabar”, afirmou a tenista nascida há 20 anos em Kiev, que não cumprimenta adversárias russas e bielorrussas desde o início da invasão da Ucrânia, por achar que elas não apelam ao fim da guerra. “Ninguém neste mundo apoia a guerra. Se pudéssemos pará-la, era o que faríamos, mas não podemos”, frisou Sabalenka.

A primeira notável a ser eliminada foi Maria Sakkari (7.ª), que, desde que foi por duas vezes semifinalista em torneios do Grand Slam, ambas em 2021, só esteve por uma vez nuns oitavos-de-final. Pelo segundo ano consecutivo em Roland-Garros, a grega foi derrotada pela checa Karolina Muchova (43.ª), que somou a quinta vitória sobre uma top 10 num major, desta vez pelos parciais de 7-6 (8/6), 7-5.

Entretanto, o português Francisco Cabral e o brasileiro Rafael Matos ficaram a saber que vão estrear-se na prova de pares frente aos campeões do Open da Austrália, os australianos Rikyi Hijikata e Jason Kubler, cabeças-de-série n.º 15.

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