FC Porto: não entregar título e garantir já a Champions

Triunfo dos campeões em Famalicão impede passagem imediata de testemunho. Golo tardio do Marítimo empurra Santa Clara e Paços de Ferreira para a II Liga.

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Depois do duplo confronto na Taça, FC Porto e Famalicão reencontram-se LUSA/JOSE COELHO
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A Polícia de Segurança Pública (PSP) garantiu que não haverá lugar a festejos oficiais caso o Benfica conquiste, este sábado, o 38.º título de campeão nacional de futebol. Há, contudo, uma nuance que o intendente da PSP admite como possível e para a qual terá um contingente de prevenção: as manifestações espontâneas, algo que nenhuma força poderá impedir.

Em boa verdade, até há... o FC Porto. Para tanto, basta que os campeões nacionais não percam em Famalicão para que a explosão de alegria dos benfiquistas seja, pelo menos, adiada. O que não ficou para a última hora foi a despromoção de Paços de Ferreira e Santa Clara, que viram o Marítimo vencer e garantir a vaga de play-off de despromoção.

Mas voltando ao título, essa pode nem ser a principal motivação da equipa de Sérgio Conceição. É que à distância de uma vitória encontra-se a entrada directa na Champions (o Sp. Braga fica arredado da luta pelo segundo lugar), objectivo que casa na perfeição com o orgulho de fazer o Benfica suar mais um pouco para poder pensar em erguer o “caneco”.

A duas rondas do fim da campanha 2022-23, o quadro é simples: apenas uma derrota portista fará do Benfica campeão no conforto do sofá, sem mais esforços. Qualquer outro desfecho levará a decisão para o final do clássico de Alvalade, agendado para domingo à noite (20h30, SPTV1), ou, em alternativa, para a última jornada.

Aqui, o timing depende exclusivamente do que o Benfica for capaz de fazer perante o rival Sporting, que ainda persegue o terceiro lugar, de acesso à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, para impedir a queda para a Liga Europa.

Se ganhar, a equipa da Luz encerra automaticamente a discussão e regressa ao Marquês quatro anos depois da conquista de 2018-19, seja de forma oficial ou espontânea. Há, porém, outra via: em caso de igualdade no Famalicão-FC Porto deste sábado (20h30, SPTV1), as “águias” também podem empatar com os “leões” e celebrar na mesma um novo título.

Este é, por isso, o momento crucial para os fãs de silogismos... Embora no caso portista, com quatro pontos de atraso para o primeiro, sejam necessárias mais do que duas premissas, pois vencer em Famalicão e, por fim, em casa, ante o Vitória SC, só levará à conclusão mais desejada se o líder escorregar em Alvalade e, ainda, na recepção ao Santa Clara, na última ronda. E por escorregar entenda-se perder os dois jogos.

Existe, claro, uma terceira hipótese, por mais improvável que soe nesta altura do campeonato: a equipa da Luz não pontua mais e o FC Porto soma quatro pontos na recta final, acabando ambos empatados com 83 pontos.

Nesse cenário, os “azuis e brancos” só revalidariam o título se superassem em dois jogos a diferença de 13 golos para cumprirem o terceiro critério de desempate do regulamento de competições: maior diferença entre golos marcados e sofridos em toda a competição.

Nas estimativas portistas, o cenário menos irrealista seria o Benfica somar um ponto. Mas Conceição sabe que para aumentar as probabilidades de o Santa Clara pontuar na Luz, os açorianos tinham que ir “vivos” à Luz. O que lhes foi negado pelo Marítimo, que na abertura da ronda venceu o Vizela (1-0) no último minuto do prolongamento e atirou açorianos e pacences para a II Liga.

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