Polícia mata quatro pessoas em ataque a sinagoga na Tunísia

Tiroteio coincide com uma importante peregrinação judaica anual à sinagoga mais antiga de África, na ilha de Djerba.

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Mais de cinco mil pessoas participaram na peregrinação a Ghriba no ano passado Reuters/JIHED ABIDELLAOUI
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Um polícia matou quatro pessoas perto da sinagoga mais antiga do continente africano, na ilha tunisina de Djerba. As motivações do ataque não foram ainda apuradas, mas coincide com uma importante peregrinação anual que atrai milhares de judeus ao local.

Na terça-feira, o agente policial começou por balear um colega numa instalação naval próxima da sinagoga, ficando-lhe com as munições, segundo o Ministério do Interior. Dirigiu-se em seguida para a sinagoga de Ghriba, onde disparou indiscriminadamente sobre as pessoas que estavam nas suas imediações.

Foram mortos dois visitantes e um elemento das forças de segurança e ficaram feridas outras nove pessoas, incluindo cinco seguranças. O atacante acabou por ser baleado pelos guardas e morreu.

Um dos visitantes mortos era um cidadão francês e o outro tunisino, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros. No entanto, não se sabe se as vítimas estavam a participar na peregrinação à sinagoga.

As autoridades não apuraram a motivação para o ataque, mas há um histórico de ataques de inspiração islamista contra a peregrinação de judeus à sinagoga de Ghriba, construída há 2500 anos.

Em 2002, um ataque reivindicado pela Al-Qaeda fez 21 vítimas mortais na sinagoga de Djerba e, desde então, a peregrinação à sinagoga tem tido uma segurança reforçada.

Apesar de ser um país maioritariamente muçulmano, a Tunísia mantém uma importante comunidade judaica com raízes na região que remontam à era romana.

Depois de uma paragem de dois anos por causa da pandemia, no ano passado participaram mais de cinco mil pessoas, sobretudo judeus provenientes da Europa e de Israel, na peregrinação à sinagoga de Ghriba, segundo a AFP.

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