Aos 20 anos, Alcaraz está invicto em finais ATP 1000

Andy Murray conquista primeiro título em quatro anos.

Foto
Carlos Alcaraz EPA/Chema Moya
Ouça este artigo
--:--
--:--

Quatro finais ATP 1000, quatro títulos para Carlos Alcaraz. O tenista espanhol, que há dois dias celebrou o 20.º aniversário, defendeu com sucesso o título conquistado no ano passado no Mutua Madrid Open e manteve um registo imaculado nas quatro primeiras finais desta categoria que já disputou, algo que ninguém neste século tinha conseguido. E é o mais novo a defender um título ATP 1000 desde Rafael Nadal, em 2006.

Mas o resultado foi bem melhor que a exibição do número dois do ranking. Jan-Lennard Struff (65.º), o primeiro "lucky-looser" a chegar a uma final ATP 1000, entrou mal, a ceder o break com duas duplas-faltas, mas após uma série de 12 pontos ganhos em 14, passou para a frente 3-2 e não mais hesitou em praticar um ténis bastante ofensivo, traduzido em 52 subidas à rede, com 33 pontos ganhos de um total de 96; Alcaraz venceu somente mais três. Mas foram mais duas duplas-faltas no sétimo jogo, que comandou por 40-15, que o fizeram ceder novo break e sentenciaram o set inicial. Contudo, Alcaraz só fechou a partida depois de recuperar de 0-40 no seu serviço.

A inconsistência do espanhol manteve-se no segundo set e Struff aproveitou para adiantar-se para 3-0. No entanto, o jogo crucial foi o quinto, de 15 minutos, com o alemão a salvar cinco break-points, antes de fazer o 4-1.

No set decisivo, Alcaraz soube elevar os níveis anímicos após salvar um break-point e avançar para 2-1. Um pico de energia que lhe permitiu “quebrar” o serviço de Struff no jogo imediato e conservar a vantagem até fechar, com os parciais de 6-4, 3-6 e 6-3.

“Nem sempre consegues estar em todos os torneios, mas fico muito contente por estares aqui hoje. Quero-te muito, mamã”, dedicou Alcaraz, em pleno Dia da Mãe.

Para Struff foram igualmente duas semanas memoráveis, em que se tornou, não só no primeiro tenista repescado do qualifying a chegar à final de um ATP 1000, mas também o primeiro a disputar seis encontros em três sets no ATP Tour. Como prémio, vai atingir o seu melhor ranking de sempre: 28.º lugar.

No ATP 175 de Aix-en-Provence, Andy Murray (52.º) conquistou o terceiro título no Challenger Tour e primeiro desde 2005, tornando-se no primeiro tenista a ganhar challengers com tamanha diferença temporal. Na final, o ex-número um mundial derrotou Tommy Paul (17.º), por 2-6, 6-1 e 6-2, para erguer o seu primeiro troféu desde 2019, quando triunfou no ATP 250 de Antuérpia; o derradeiro título em terra batida, tinha sido o ATP 1000 de Roma, em 2016.

Na final de pares, decidida no match tie-break, Nuno Borges e Francisco Cabral perderam frente aos australianos Jason Kubler e John Peers, cabeças-de-série n.º4 do torneio, por 6-7 (5/7), 6-4 e 10-7.

Esta semana, Borges vai disputar o ATP 1000 de Roma, em cujo qualifying está João Sousa (162.º). O vimaranense tem como primeiro adversário esta segunda-feira, o mesmo tenista que o eliminou há duas semanas na fase de qualificação do Mutua Madrid Open, Roman Safiullin (112.º).

Em Vilamoura, concluiu-se o Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas. No último dia, o domínio foi da Grã-Bretanha que arrecadou o título masculino, ao derrotar na final os bicampeões Países Baixos, por 2-0, através de Alfie Hewett (líder do ranking mundial) e Gordon Reid (9.º). E na final de juniores mistos, os jovens britânicos venceram os EUA, por 2-1.

Quanto à selecção masculina de Portugal, a derrota (0-2) no último dia frente a Marrocos atirou-a para o 15.º e último lugar. “Esta prova tem um quociente de dificuldade elevado e os nossos jogadores ainda não estão neste nível, por isso sentimos sempre dificuldades. Isso sentiu-se sobretudo na fase de grupos, em que enfrentámos países que já foram campeões do mundo. Nesta fase de play-off para as últimas posições, já podíamos ter feito um pouco melhor, até porque contra o Chile lutámos pela vitória na eliminatória”, analisou o seleccionador nacional, Joaquim Nunes.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários