Joni Brandão, três vezes “vice” da Volta a Portugal, suspenso por seis anos

Campeão nacional em 2013, ciclista de 33 anos é arguido no processo “Prova Limpa” e foi punido por posse de substância e método proibido.

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ADoP actualizou lista de sanções disciplinares Reuters/RITZAU SCANPIX

O ciclista Joni Brandão, três vezes segundo classificado da Volta a Portugal, foi suspenso por seis anos pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) por posse de substância e método proibidos.

De acordo com a lista actualizada de sanções disciplinares da (ADoP), o ciclista que foi segundo nas edições de 2015, 2018 e 2019 da Volta a Portugal cumprirá a sanção entre 15 de Julho de 2022 e 14 de Julho de 2028, por "posse de substância proibida e método proibido", nomeadamente genotropim, insulina, menotropina e menopur.

Brandão, que é arguido no processo "Prova Limpa", foi um dos nomes incontornáveis do ciclismo nacional nos últimos anos, tendo protagonizado, em 2021, uma surpreendente transferência da Efapel para a arqui-rival W52-FC Porto.

O ciclista de Travanca, de 33 anos, perdeu a vitória na Volta de 2019 para João Rodrigues no contra-relógio da última etapa, depois de ter andado três dias de amarelo. Foi "vice" no ano anterior, atrás de Raúl Alarcón, posteriormente desclassificado por doping, e também em 2015, quando foi superado por Gustavo Veloso.

Sanções múltiplas

Figura polémica do pelotão português, foi campeão nacional em 2013 e ganhou na Torre, na Volta de 2020. Começou a carreira na espanhola Burgos-BH (2012), antes de mudar-se para a Efapel, à qual regressou em 2019 depois de duas épocas no Sporting-Tavira.

A suspensão de Joni Brandão é conhecida três semanas depois de a ADoP ter suspendido Ricardo Vilela, que já se encontrava a cumprir uma sanção de três anos, por mais sete, por anomalias no passaporte biológico, e José Gonçalves por quatro anos, por "posse de substância proibida", no caso somatropina.

Vilela foi um dos seis ciclistas suspensos, a 4 de Outubro, por três anos pela ADoP por "posse de substância proibida e método proibido", juntamente com Rui Vinhas e Ricardo Mestre, vencedores da Volta a Portugal em 2016 e 2011, e Daniel Mestre, José Neves e Samuel Caldeira.

João Rodrigues, vencedor da Volta a Portugal de 2019 e da Volta ao Algarve de 2021, também foi sancionado com três anos pela ADoP, mas viu o seu castigo agravado em quatro pela União Ciclista Internacional (UCI), por anomalias no passaporte biológico.

A ADoP reduziu a suspensão destes sete ciclistas de quatro para três anos por terem "confessado" - tal como aconteceu com Daniel Freitas, ex-ciclista da W52-FC Porto e arguido no processo "Prova Limpa" -, ao contrário do que aconteceu com Brandão e Gonçalves.

Jorge Magalhães na expectativa

Pendentes de desfecho na justiça desportiva continuam os processos do ciclista Jorge Magalhães, assim como de três elementos do staff da entretanto extinta equipa, incluindo o director desportivo, Nuno Ribeiro.

Todos eles estão entre os 26 arguidos acusados de tráfico de substâncias e métodos proibidos no âmbito do processo "Prova Limpa", que desmantelou a equipa W52-FC Porto, grande dominadora do ciclismo nacional nos últimos anos.

O Ministério Público acusou 26 arguidos, incluindo o antigo director desportivo Nuno Ribeiro e o "patrão" da equipa Adriano Quintanilha de tráfico de substâncias e métodos proibidos, com estes dois a responderem ainda pelo crime de administração de substância e métodos proibidos e a serem acusados, a par do director geral Hugo Veloso, de terem elaborado "um esquema" de dopagem para "aumentarem a rentabilidade" dos corredores da equipa.

Único dos 11 antigos ciclistas da W52-FC Porto a não ser constituído arguido, Amaro Antunes, vencedor da Volta a Portugal de 2020, encontra-se a cumprir um castigo de quatro anos por anomalias no passaporte biológico, tendo visto a UCI retirar-lhe, entre outros resultados, a vitória na edição de 2021 da prova "rainha" do calendário nacional.

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