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As imagens de Lula com Marcelo e Costa na cimeira luso-brasileira
No primeiro dia da visita oficial do Presidente do Brasil a Portugal, Lula da Silva teve uma recepção de honra nos Jerónimos, reuniu-se com o Presidente da República em Belém, seguindo depois para um almoço no CCB com o primeiro-ministro, a que se seguiu a assinatura de 13 acordos bilaterais.
Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido junto aos Jerónimos pelo seu homólogo português e, depois das honras militares e de depositar uma coroa de flores junto ao túmulo de Luís Vaz de Camões, seguiu para o Palácio de Belém. Aqui, houve uma reunião a sós entre os Presidentes e só depois um encontro mais alargado com as comitivas.
Já ultrapassando largamente o horário previsto, os dois deram uma conferência de imprensa conjunta em que falaram sobre o que continua a unir os dois países, mas também sobre aquilo que geopoliticamente os separa hoje: a guerra na Ucrânia.
Lula da Silva disse que o Brasil quer que os Estados se esforcem por se sentarem à mesa para encontrar uma solução de paz mas manteve, implicitamente, as críticas à actuação da União Europeia: "Se você não faz a paz, então contribui para a guerra", disse. E até contou que o chanceler alemão Olaf Scholz foi ao Brasil pedir que o país vendesse mísseis à Alemanha para os doar à Ucrânia. O Brasil recusou.
Se esse armamento fosse usado e matasse um russo, o Brasil estaria a participar na guerra, argumentou Lula da Silva. "O Brasil não quer a guerra; o Brasil quer a paz", insistiu.
Já Marcelo Rebelo de Sousa foi mais veemente: defendeu que "faz sentido aplicar as resoluções das Nações Unidas" que, apesar de terem sido assinadas há mais de um ano não têm sido seguidas e que culminaram no pedido de retirada imediata das forças russas da Ucrânia.
"Portugal, solidário com a NATO e a União Europeia, pensa que não é uma situação justa o não permitir à Ucrânia defender-se e tentar recuperar território que foi invadido com violação da sua integridade territorial e da sua soberania de Estado."
Já depois da hora prevista, Lula da Silva seguiu para o Centro Cultural de Belém para um almoço com o primeiro-ministro António Costa.
O programa da tarde acabou por furar o horário da pequena reunião realizada apenas entre Lula, Costa e alguns membros das delegações, assim como a foto de família com os Jerónimos em pano de fundo e em que muitos já olhavam para o relógio.
Depois da reunião plenária da cimeira, assinaram-se 13 acordos (esperando que o número não traga qualquer azar). António Costa congratulou-se com o “reencontro” entre os dois países e Lula da Silva não resistiu a criticar o seu antecessor por ter fechado o país ao exterior e ter destruído, em apenas quatro anos, muito do que os presidentes do PT [Partido dos Trabalhadores] tinham feito antes, “como se fosse uma praga de gafanhotos num milheiral”.
Uma expressão que deixou de água na boca as dezenas de jornalistas que enchiam a sala e que acabaram por não conseguir fazer qualquer pergunta, ao contrário do que estava combinado. O jantar oferecido por Marcelo no Palácio da Ajuda fechou o dia e, neste domingo, Lula da Silva fica livre para degustar o bacalhau que disse tanto querer comer.