Os dazibaos da Universidade de Coimbra

Não deixa de me causar algum incómodo que um texto académico publicado numa editora de prestígio recorra a graffiti anónimos para sustentar as acusações de assédio.

O título do polémico artigo The walls spoke when no one else would: Autoethnographic notes on sexual-power gatekeeping within avant-garde academia” da autoria de três ex-investigadoras do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC), publicado no livro Sexual Misconduct in Academia: Informing an Ethics of Care in the University (Routledge 2023), remete para graffiti anónimos das paredes da UC que acusam Boaventura de Sousa Santos (BSS) de assédio sexual. As autoras referem oito pichagens datadas de 2018, mas um membro do CES citado pela jornalista Fernanda Câncio num artigo publicado no Diário de Notícias a 11 de Abril confirmou ter visto “n graffiti nas casas de banho”. Estas designadas “paredes que falam” são classificadas no referido artigo como o “epicentro da resistência” contra os abusadores institucionais.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 19 comentários