Inteligência artificial (des)humana

“Decisões difíceis” passam a não ser da responsabilidade de ninguém. A culpa é da máquina, e a máquina, como se sabe, é neutra.

Quando dou aulas sobre questões como a técnica ou o trabalho, costumo mostrar partes do filme Tempos Modernos, do Chaplin. Apesar de já ter visto o filme várias vezes, ainda fico maravilhada com a genialidade desta obra-prima. Paro a cada sequência, por vezes quase a cada plano, para falar com a minha jovem assistência. Chaplin escolheu como primeiro plano um relógio que ocupa todo o ecrã. Eis a ocasião para refletir, desde logo, sobre a questão da técnica, da liberdade e do tempo, de falar de um progresso técnico, certo com a sua utilidade, mas que também nos aprisiona, e que tem uma existência de tal forma generalizada nas nossas vidas que temos uma impressão de imprescindibilidade, de existência autónoma, fora do nosso controlo.

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