Oliva reúne em Descuradas 200 obras por expor da sua colecção de arte moderna

Sara e André são a dupla de curadores responsável por estas escolhas, que revelam peças de Graça Morais ou Arpad Szenes, mas também Vhils ou Cruzeiro Seixas.

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Uma peça da Colecção Norlinda, fotografada em 2013 ADRIANO MIRANDA

O Centro de Arte Oliva exibe até Setembro 200 obras da Colecção Norlinda e José Lima nunca expostas desde que foi constituída e depositada em São João da Madeira, reunindo em Descuradas autores como Graça Morais e Arpad Szenes.

A mostra desse equipamento cultural do distrito de Aveiro integra assim trabalhos de 50 artistas de várias nacionalidades, entre os quais se incluem também Alexandre "Vhils" Farto, Álvaro Lapa, Artur Cruzeiro Seixas, Francis Smith, José de Guimarães, Miquel Barceló, Pedro Proença e Rui Chafes, numa selecção que pretende valorizar "os restos" da referida colecção de arte moderna.

Sara e André são a dupla de curadores responsável por essas escolhas e, em declarações à Lusa, explicam: "Esteticamente, procurámos inspiração no próprio acervo, tentando construir um "display" que pudesse ser envolvente, potente, coerente e original; conceptualmente, interessou-nos a ideia de trabalhar com os "restos", com aquilo que teria "supostamente menos valor" para os curadores que trabalharam anteriormente com a colecção".

Para os curadores da mostra Descuradas, isso representa "um absoluto voto de confiança" na Colecção Norlinda, que, tendo começado a ser constituída em 1980 por dois particulares de São João da Madeira, reúne actualmente mais de 1200 obras — "300 a 400" das quais não voltaram a ser expostas desde que adquiridas para o efeito — e é, segundo a Oliva, "uma das maiores colecções de arte privadas do país", compreendendo cerca de 250 artistas portugueses e 230 estrangeiros.

Andreia Magalhães, directora desse espaço cultural, reconhece que as 200 obras seleccionadas por Sara e André tinham até aqui "permanecido ocultas nas reservas" da Oliva, mas garante que, no ano em que o centro faz dez anos, os referidos trabalhos irão agora "dar a conhecer uma faceta desconhecida" da sua colecção de arte contemporânea.

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