Portugal continua em modo goleada

Ao segundo jogo com Roberto Martínez, segunda vitória expressiva, desta vez frente um 0-6 ao Luxemburgo e com mais dois golos de Cristiano Ronaldo.

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Com os dois desta noite, Ronaldo já leva 11 golos marcados ao Luxemburgo EPA/MIGUEL A. LOPES

Duas vitórias, dez golos marcados e zero sofridos. É este o saldo da primeira semana de trabalho de Roberto Martínez como seleccionador de Portugal. Neste domingo, a selecção portuguesa aplicou nova goleada, desta vez um 0-6 ao Luxemburgo, com mais dois golos de Cristiano Ronaldo, e a liderança isolada do Grupo J de qualificação para o Euro 2024. Num jogo que se esperava de maior dificuldade, depois de um “petisco” chamado Liechtenstein, a selecção nacional acabou com as esperanças da equipa do grão-ducado, com três golos em 18 minutos, e geriu os restantes 72, com mais três.

Há poucos dias, em Alvalade, algumas perguntas importantes já tinham tido resposta. Com Martínez, Portugal vai jogar com uma linha defensiva de três centrais e voltar a ter Cristiano Ronaldo como o foco no ataque. E neste jogo na Cidade do Luxemburgo, também já deu para perceber mais algumas coisas, que João Palhinha é o seu “seis” preferido, que o lugar de Bernardo Silva será preferencialmente no ataque e que este é o melhor sistema para enquadrar o talento de João Félix.

Em relação ao jogo anterior, o técnico espanhol mudou apenas três nomes, todos na defesa: António Silva em vez de Inácio entre os centrais, e dois alas diferentes, Nuno Mendes e Diogo Dalot em vez de Raphael Guerreiro e João Cancelo. De resto, tudo igual do meio-campo para a frente, mas com o aviso de que esta equipa do Luxemburgo seria um desafio maior, uma equipa consolidada e que só tinha perdido uma vez nos últimos nove jogos, não aquela selecção habituada a ser goleada por toda a gente.

O Luxemburgo bem tentou. Durante seis minutos. E teve a primeira aproximação perigosa do jogo, com uma boa combinação ofensiva que culminou num remate forte e rasteiro de Vincent Thil, mas contra as pernas de Rúben Dias. Foi o melhor que a equipa da casa conseguiu fazer, porque, depois, Portugal quase fez o pleno de cada remate que fazia à baliza.

Logo aos 9’, Bruno Fernandes fez um cruzamento na direcção de Nuno Mendes, que estava junto ao segundo poste. O lateral cabeceou para os pés de Ronaldo e o capitão português quase nem se mexeu para fazer o 0-1, o seu décimo golo ao Luxemburgo – é a selecção que mais sofre golos de CR7, e ainda iria sofrer mais um.

Quase tão fácil foi o 0-2. Bernardo Silva avaliou bem o posicionamento de João Félix e foi na sua direcção que mandou a bola. O avançado do Chelsea só teve de cabecear. E para tirar todo e qualquer interesse competitivo ao jogo, aos 18’ também Bernardo Silva marcou o seu golo. Desta vez, foi João Palhinha a fazer bom uso da sua visão de jogo para o cabeceamento certeiro do “baixinho” do Manchester City.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, obrigados pelo protocolo, já pareciam algo envergonhados por festejar os golos ao lado dos dignitários locais, e voltaram a ter de mostrar nova contenção aos 31’. Félix fez a jogada, deixou em Bruno Fernandes e o homem do United serviu Ronaldo para o seu quarto golo nestes dois jogos de regresso.

Eficácia total para Portugal e desastre completo para o Luxemburgo, que nem teve tempo para reagir. Só depois do intervalo e com algum abrandamento português é que a equipa da casa conseguiu criar algum perigo – e dar algum trabalho a Rui Patrício pela primeira vez nestes dois jogos. Mas quem voltou a marcar foi Portugal, um golo construído por dois homens que saltaram do banco. Rafael Leão fez a assistência e Otávio cabeceou para o 0-5 – mais um golo de cabeça de um “baixinho”.

Só não foram mais porque Rúben Neves, na conversão de um livre directo, acertou na trave, e porque Rafael Leão falhou, aos 85’, um penálti que ele próprio conquistou. O avançado do AC Milan redimiu-se ao marcar o 0-6 numa jogada individual, num misto de técnica, velocidade e pontaria.

Estava fechada a primeira semana da era Martínez, um misto de continuidade (nos nomes) e revolução (na táctica) que resultou em duas vitórias robustas e boas sensações. Mas o sucesso da selecção portuguesa nesta nova era não se irá medir por goleadas ao Liechtenstein e ao Luxemburgo. Para já, era impossível fazer melhor.

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