CAP pede a Marcelo que actue e devolva aos agricultores “normalidade política e institucional”

A Confederação dos Agricultores de Portugal considera que a mudança de tutela das direcções regionais de Agricultura para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional foi o “golpe final”.

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Agricultores dizem que se deparam com aumentos de custos que não são reflectidos nos preços de venda Rui Gaudencio

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que foi esta quarta-feira recebida pelo Presidente da República, espera que Marcelo Rebelo de Sousa actue para devolver ao sector "a sua normalidade política e institucional".

A CAP foi esta quarta-feira recebida no Palácio de Belém, em Lisboa, pelas 15h, face ao "irregular funcionamento" do Ministério da Agricultura, que a confederação defende estar em processo de desmantelamento.

"A expectativa da CAP é que o Presidente da República, na posse de toda a informação, e no quadro dos seus poderes constitucionais, possa actuar no sentido de devolver ao sector a sua normalidade política e institucional, para que este possa continuar a crescer, a desenvolver-se e potenciar a sua missão de produzir alimentos", referiu, em comunicado.

Para a confederação, as instituições estão a funcionar em "claro prejuízo" da agricultura e em detrimento do seu desenvolvimento.

Exemplo disso, conforme apontou, é a mudança de tutela das direcções regionais de Agricultura para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, o que defendeu ser o "golpe final", num ministério que é hoje "uma sombra do que foi no passado".

A ausência de apoios está a "estrangular os produtores", que se deparam com aumentos de custos que não são reflectidos nos preços de venda, resultando, muitas vezes, em prejuízo e quebras de produção.

O sector perde assim competitividade diariamente e "o Governo escolhe ignorar que é o grande responsável pelo enorme aumento de preços dos produtos alimentares junto dos consumidores", acrescentou a CAP, notando que existem mais de 1000 milhões de euros de fundos do Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) por executar.

"É um atentado à boa gestão, é um insulto a todos os que querem fazer crescer a actividade e não podem. As instituições não funcionam, o ministério não funciona", concluiu.

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