Sp. Braga ainda criou a dúvida mas a Fiorentina desfê-la em três tempos

Sem um verdadeiro sinal de “milagre”, bracarenses fizeram, apesar da derrota, o suficiente para restaurar o orgulho ferido no adeus à Europa.

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Terzic mostra os pitons a Djaló Reuters/JENNIFER LORENZINI

O Sp. Braga despediu-se esta quinta-feira da Liga Conferência e da aventura europeia com uma derrota (3-2) em Florença, onde chegou aos dois golos de vantagem, criando a dúvida na Fiorentina, que venceu de forma autoritária, por 7-2, no cômputo geral deste play-off de acesso aos oitavos-de-final da prova.

Sem grandes ilusões relativamente ao apuramento, cenário que remetia para o plano do divino, já que seria inédita uma reviravolta da magnitude da que o Sp. Braga precisava depois do 0-4 da primeira mão, Artur Jorge fez profunda remodelação do "onze" inicial com nove unidades novas em relação ao primeiro jogo, mantendo Niakaté e André Horta.

O pragmatismo, que também levava em linha de conta as exigências domésticas, não surpreendeu o técnico “viola”, que não desperdiçou a oportunidade para gerir a equipa, poupando seis habituais titulares.

Assim, depois de um início em que a Fiorentina procurou impor-se para marcar um golo e acabar de vez com qualquer réstia de esperança bracarense, o jogo ganhava uma nova dimensão com o golo de Castro.

Antes, Tiago Sá foi chamado a intervenção apertada na sequência de um cabeceamento de Nicolás González. O Sp. Braga não se deixava intimidar e partia em busca da felicidade, apostando na velocidade de Rodrigo Gomes no corredor direito.

O extremo assumia-se como principal agente provocador, desestabilizando a última linha italiana. Rodrigo Gomes anunciaria mesmo o primeiro golo da noite no Artemio Franchi, num remate que falhou o alvo por muito pouco, lance recuperado por Álvaro Djaló para uma assistência perfeita para a meia-distância de Castro.

O Sp. Braga embalava para um período em que a Fiorentina — em crise na Liga italiana — chegou a mostrar sintomas de ansiedade. Djaló aproveitou a dúvida que parecia assaltar o adversário e só não marcou porque Salvatore Siguru estava alerta.

Mas a experiência do guarda-redes italiano de pouco serviria perante a dupla perdida de Banza, a desesperar os minhotos num lance em que não acertou na baliza em três tentativas consecutivas. Ainda assim, nova vaga dos “guerreiros” acabaria por elevar o moral com o segundo golo visitante: Servido por Banza, Djaló não desperdiçou a terceira oportunidade, dominando com o peito antes de fulminar Sirigu.

A Europa oferecia a possibilidade de redenção aos “arsenalistas”, mas o sentimento de euforia que crescia entre os portugueses acabou amordaçado pela resposta de Mandragora, a reduzir três minutos depois e a colocar a eliminatória à distância de três golos para forçar um prolongamento.

Complicava-se a missão minhota, que no reatamento (49’) parecia definitivamente condenada ao insucesso com Arthur Cabral obrigar Tiago Sá a tirar a bola em cima da linha. O relógio do árbitro confirmou o golo, mas o VAR alertou para possível erro do sistema.

Revistas as imagens, a decisão foi revertida e o Sp. Braga voltou a jogo. Infelizmente, por pouco tempo, já que Saponara não deixou margem para dúvidas, igualando a partida numa transição. Com a eliminatória decidida, restava a consolação de uma noite importante para mudar a imagem deixada na primeira mão.

O empate esteve, aliás, no horizonte dos bracarenses, que só a sete minutos dos 90 viram Arthur Cabral negar-lhes um desfecho mais condizente com o futebol produzido. A Fiorentina garantia nova vitória, desfecho que Rodrigo Gomes ainda tentou alterar, seguindo em frente de forma autoritária.

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