Há novo álbum dos Wet Bed Gang, a poucos dias dos concertos de Lisboa e Porto

Gorilleyez foi lançado esta terça-feira, na data de aniversário de João Rossi, um dos fundadores do “movimento” Wet Bed Gang, que morreu em 2014.

Foto
Os Wet Bed Gang — da esquerda para a direita, Gson, Zizzy, Kroa e Zara G — juntaram-se em 2013 Wet Bed Gang/Facebook

O grupo de hip-hop Wet Bed Gang edita esta terça-feira Gorilleyez, álbum que vai do drill ao samba e mostra quem o grupo é e como vê o mundo, a pouco dias da "grande festa" que serão os concertos em Lisboa e no Porto.

O título, Gorilleyez, remete para os olhos de um gorila, porque o segundo álbum dos Wet Bed Gang "é praticamente um retrato do gorila na sociedade, um animal que se isola muito, mas dentro do seu isolamento tem uma forma de conviver em comunidade muito boa, protectora", explicou Kroa, um dos quatro elementos dos Wet Bed Gang, à Lusa.

Com a música que fazem, os Wet Bed Gang querem "mostrar que, independentemente de haver a tal selva de cimento" de que tanto falam, "lá dentro há uma família, uma comunidade muito boa, com bons princípios, bons costumes". "É passar essa visão, tentar perceber um pouco a forma como nós encaramos todo o trajecto [do grupo]", acrescentou Kroa.

Em Gorilleyez, há pelo menos "uma ou duas músicas" que foram criadas na mesma altura em que o grupo estava a fazer o álbum de estreia, Ngana Zambi, lançado em 2021, acrescentou Zizzy.

"Os nossos álbuns nunca têm uma linha contínua de registo de som, conseguimos mudar as vibes muito facilmente. Dentro do mesmo álbum temos coisas muito diferentes umas das outras, e neste vai acontecer o mesmo", disse.

Kroa lembrou que os dois primeiros singles de Gorilleyez demonstram isso mesmo: "Gorillaz é um drill e Praça Onze leva quase samba".

"Da mesma forma que no outro álbum ouviram um Sai do meu hood, um drill muito mais pesado, e um Ngana Zambi, que é um semba praticamente, aqui também vão ter vibes muito alternativas e diferentes umas das outras", reforçou Zizzy.

Os Wet Bed Gang — Kroa, Gson, Zizzy e Zara G — juntaram-se em 2013. Os quatro cresceram juntos em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira, onde ainda vivem e têm um estúdio.

Em 2017, editaram o EP de estreia, Filhos do Rossi, uma homenagem a um dos fundadores do "movimento" Wet Bed Gang, João Rossi, que morreu em 2014.

Em Fevereiro de 2021 surgia Ngana Zambi, o primeiro álbum criado de raiz — "do primeiro beat à última palavra" —, que conta com a colaboração do kota Bonga na narração.

O segundo álbum é editado esta terça-feira, 21 de Fevereiro, data de aniversário de João Rossi.

No próximo sábado, o grupo tem concerto marcado no Campo Pequeno, em Lisboa, e dia 4 de Março no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. O espectáculo "não é nenhuma apresentação do álbum [hoje editado], é uma festa".

"Vamos fazer uma festa da Wet Bed Gang, que era para acontecer há muito mais tempo (mas não foi possível por causa da pandemia). No fundo vai ser a festa de anos do Rossi, vai ser o dia em que vamos mesmo festejar o aniversário dele", contou Zizzy.

No alinhamento há "coisas antigas, coisas mais recentes, coisas deste álbum". Haverá também convidados, mas Zizzy não revela nomes, dizendo apenas que "os óbvios vão estar lá". O grupo promete, para mais tarde, uma digressão de apresentação do novo trabalho.

Gorilleyez está disponível a partir desta terça-feira nas plataformas digitais. O álbum será também editado em formato físico, "mas não é para já".

Mais conhecidos pelo sucesso de Devia Ir, Não Sinto, ou Bairro, o grupo de Vialonga mantém-se há vários anos no topo da lista de músicos mais ouvidos no Spotify em Portugal.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários