Transferências de futebolistas superaram 9 mil milhões de euros
Época de 2019-20 continua a liderar, com quase 10 mil milhões investidos pelos clubes. Janela de Janeiro com novo recorde.
Os clubes profissionais de futebol pagaram cerca de nove mil milhões de euros em transferências em 2022-23, o segundo valor mais alto de sempre, aponta o relatório divulgado esta segunda-feira pelo Observatório do Futebol (CIES).
Acima destes 9,12 mil milhões de euros, só os 9,7 mil milhões da temporada de 2019-20, com o mês de Janeiro deste ano a registar um novo recorde para a janela de Inverno do mercado mundial, confirmando uma tendência de subida de preços que apenas os anos da pandemia de covid-19 "abrandaram".
Nos últimos 10 anos, o valor da inflação atinge os 116%, incluindo cláusulas condicionais, e 90% sem estas, um "salto" que comprova o peso crescente dos valores pagos mediante condições ou objectivos previamente estabelecidos.
From @CIES_Football ?? exclusive report on player transfer prices ?? ?? annual inflation over last decade for centre backs (+12.5%) & full backs (+11.1%), lowest for goalkeepers (+5.2%) ?? Full study ?? https://t.co/P0Ohpx4Mt7 pic.twitter.com/kGyVYjBpGX
— CIES Football Obs (@CIES_Football) February 20, 2023
O documento elaborado pelo CIES mostra que um futebolista que custasse um milhão de euros em 2013-14 hoje seria transaccionado um pouco acima de dois milhões.
O relatório olha para a última década do futebol profissional a nível global, notando uma inflação constante de preços pagos para transaccionar futebolistas, com particular influência da Liga inglesa como "motor", tendo em 2022-23 sido responsável por 40,2% do valor investido.
É um aumento considerável quando comparado com a média de 25,4% que representa a quota de responsabilidade pelo mercado entre 2013-14 e 2019-20, confirmando a influência dominante da Premier League.
Os preços que os clubes ingleses pagam também estão acima dos outros, e a inflação é mais notória neste campeonato, subindo a um ritmo anual de 12,6% comparado com 8% do restante mercado.
Em média, há um aumento de 9% ao ano na última década, um valor que baixou durante as duas temporadas afectadas pela covid-19, voltando à tendência crescente esta época.
Entre os tipos de jogadores com um aumento de preço mais notório estão os defesas centrais (12,5%), laterais (11,1%) e jovens talentos abaixo dos 21 anos (12,8%).