A “traição” de Pedro Gonçalves deu triunfo ao Sporting

O número 28 dos “leões” bisou e ainda sofreu um penálti no triunfo em Trás-os-Montes sobre um Desp. Chaves audaz.

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Pedro Gonçalves na marcação do penálti PEDRO SARMENTO COSTA

O Sporting está naquela fase em que qualquer jogo é difícil e qualquer vitória vale como se fosse uma final. Foi exactamente o que aconteceu ontem, em Trás-os-Montes, com os “leões” a sentirem enormes dificuldades para derrotarem o Desp. Chaves, por 2-3. Foi um regresso às vitórias que não disfarça algumas dificuldades dos “leões”, dificuldades essas superadas com contribuição decisiva de um transmontano. Pedro Gonçalves, autor de dois golos, não festejou nenhum deles, mas a equipa agradeceu-lhe e festejou por ele.

Há cerca de seis meses, o Desp. Chaves foi a Alvalade vencer os “leões” no seu reduto pela primeira vez e agravar a crise de início de época para a equipa de Rúben Amorim. A equipa orientada de Vítor Campelos, com muita gente indisponível, queria voltar a aproveitar o momento do adversário, que já não ganhava há dois jogos. E o Sporting, nesta altura, só não queria perder mais terreno para os que vão à sua frente.

Em relação ao jogo com o Midtjylland, Amorim voltou a mudar bastante. Lançou Diomandé no “onze” (jogo bastante razoável do jovem ex-Mafra) e deu o lado direito da defesa a Bellerín, e a história foi logo diferente do que tinha sido nos dois jogos anteriores, no sentido em que conseguiu marcar cedo. Aos 7’, Paulinho antecipou-se a Rodrigo Moura e o guarda-redes não conseguiu evitar o contacto. O árbitro assinalou penálti e, da marca dos 11 metros, Pedro Gonçalves fez o golo.

Era o primeiro golo de “Pote” no jogo, e, tal como haveria de acontecer já durante a segunda parte, não festejou, ele que é um transmontano natural de Vidago e que teve parte da sua aprendizagem no Desp. Chaves.

Depois do golo madrugador, os “leões” foram perdulários e enervaram-se com os golos falhados. Os flavienses, pelo contrário, souberam aproveitar essa instabilidade emocional do “leão” para equilibrar o jogo e o resultado. E, aos 34’, João Teixeira, num remate de longe, fez o 1-1 - a bola foi bem colocada, bateu no chão e no poste antes de entrar.

Foi o suficiente para lançar algumas dúvidas no adversário, que não tem sabido reagir às dificuldades nos últimos tempos. Paulinho parecia encarnar toda a má fortuna do Sporting no jogo, com uma bola à trave e dois golos em fora-de-jogo.

Amorim voltou a mudar, promovendo o regresso de Morita para o lugar de Trincão (mais uma vez pouco em jogo), e “Pote” avançou para um lugar no ataque. No minuto seguinte, o Sporting já estava a ganhar outra vez, com um remate de fora da área do seu médio goleador, que voltou a ser muito contido a festejar.

Pouco depois, aos 70’, foi Nuno Santos a fazer o 1-3, num remate que bateu em Guima antes de entrar. Parecia ser o golo da tranquilidade para a equipa de Amorim, mas já se sabe que nada é tranquilo para os “leões” nesta altura.

Aos 84’, Pedro Gonçalves sofreu um empurrão de Sylla na área e António Nobre voltou a assinalar penálti. Desta vez, o 28 dos “leões”, que podia assumir a liderança isolada dos goleadores (está com 12), entregou a responsabilidade a Chermiti, mas o avançado permitiu a defesa a Moura. E o Desp. Chaves ganhou moral suplementar para os últimos minutos.

E já no último lance do tempo de compensação, Héctor apareceu sozinho na pequena área para um cabeceamento certeiro, após cruzamento de Benny. Um golo que não foi suficiente para dar pontos ao Desp. Chaves, nem para os tirar ao Sporting, um vencedor justo, mas pouco tranquilo.

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