Número de enfartes encaminhados pelo INEM subiu 73% em 2022

Ao todo, o INEM encaminhou 1556 casos de enfarte agudo do miocárdio para os hospitais através do 112. A idade média dos doentes é de 63 anos.

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O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas é fundamental, diz INEM

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) encaminhou 1556 casos de enfarte agudo do miocárdio para os hospitais em 2022. Os números, que foram divulgados esta segunda-feira a propósito do Dia Nacional do Doente Coronário, representam um acréscimo de 73% face a 2021.

Fonte do INEM explicou à agência Lusa que o aumento se deve "à implementação da ferramenta iTEAMS (INEM Tool for Emergency Alert Medical System), que se encontra em funcionamento em todos os meios de emergência médica do INEM e em 86 entidades do Sistema Integrado de Emergência Médica, entre corporações de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa."

De acordo com a mesma explicação de fonte do INEM, esta ferramenta começou a funcionar em 2018 e desde essa data tem vindo a ser aperfeiçoada e expandida aos vários operadores.

Maior incidência nos homens

Os dados divulgados esta segunda-feira, referentes à Via Verde Coronária (VVC), indicam que a idade média dos doentes que sofreram enfarte agudo do miocárdio em 2022 é de 63 anos, incidência que é de 81% na população masculina onde existe uma maior incidência desta doença súbita.

"Em 63% das situações, decorreram menos de seis horas entre o início dos sinais e sintomas e o contacto com o INEM foi feito através do 112, com este indicador a piorar ligeiramente relativamente a 2021", refere o INEM, sem apresentar números comparativos.

O INEM adianta ainda que "em 52% do total de casos foi possível a realização de electrocardiograma por parte das equipas de emergência pré-hospitalar em menos de 10 minutos, desde a chegada ao local".

De acordo com os mesmos dados, os distritos onde foram encaminhados mais doentes com EAM foram Lisboa, Porto e Faro, com 299, 293 e 138 casos registados, respectivamente.

O INEM acrescenta que, "em particular, o Centro Hospitalar Universitário de São João (122), o Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Hospital de Faro (111), e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (99) foram as unidades hospitalares que receberam o maior número de doentes encaminhados através da Via Verde Coronária".

"O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas do EAM é fundamental e deve motivar uma chamada imediata para o 112. Esta é a via preferencial para o accionamento dos serviços de Emergência Médica, dado que está demonstrado que o contacto com o 112 reduz o intervalo de tempo até ao início da avaliação, diagnóstico, terapêutica e agilização do transporte para a unidade hospitalar mais adequada", sublinha o INEM.

O organismo do Ministério da Saúde alerta que dor no peito de início súbito, com ou sem irradiação ao membro superior esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos são alguns dos sinais e sintomas que podem indicar um EAM e que, na sua presença, deve ser contactado de imediato o Número Europeu de Emergência (112).

O EAM é uma das principais causas de morte em Portugal.

A realização de exames médicos de rotina, os hábitos de vida saudáveis, a prática de desporto de forma regular, evitar o tabaco e a vida sedentária são algumas das formas de prevenção eficazes e acessíveis a todo o cidadão, sublinha.

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