Contra as biografias

A ilusão biográfica consiste em fazer do biografado um indivíduo coerente que se vai tornando naquilo que é. Uma caricatura desta atitude é a das curtas biografias dos políticos nos jornais.

Nos últimos anos, talvez por influência da cultura anglo-americana, começaram a proliferar as biografias nas livrarias portuguesas e algumas até já as acomodam numa secção exclusiva devidamente assinalada, construindo assim um pequeno museu das grandes individualidades. Outrora, a biografia era um género que devia quase tudo à erudição; actualmente deve uma boa parte ao jornalismo e outra parte à edição, pois a biografia é sobretudo um “género editorial”. Partilha essa condição com o romance, tal como ele hoje é produzido, difundido e “encorajado” (um eminente crítico literário italiano escreveu um livro a exortar: “Não encorajar o romance”).

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