Cartas ao director

ChatGPT é cheat?

Ontem e hoje, na Universidade do Minho, está a decorrer um debate, interessante e urgente, sobre uma ferramenta que, aparentemente, assustou meio mundo… principalmente no campo da educação e do ensino superior.

A inteligência artificial é uma realidade de há muito tempo e em vários sentidos do nosso dia-a-dia! Quer ver um deles? Eu estou a escrever este texto com um tablet e através de uma caneta. Ou seja, estou a escrever num ecrã como se fosse papel e, automaticamente, isso é "traduzido" em digital. Digo traduzir porque a minha letra não é, nem de longe nem de perto, bonita.

Há cerca de um ano, li um livro que recomendo, que é A Arte de Fazer Perguntas, de Warren Berger. Nele se percebe que a "magia" está do lado da questão, não tanto na resposta. Há anos que temos respostas no Google e afins, boas perguntas é que são escassas…

Sempre houve plágio e cópia, vai haver sempre, mas para isso é que se espera que, quem frequente o ensino superior, tenha espírito crítico e se saiba adaptar. Aos profetas da desgraça, nada mais resta do que ir pregar para outra tecnologia.

Nota: aquilo que prova que o ser humano continua a ser preciso é que, para além de continuar a inventar novas tecnologias e a refinar as existentes, tive de corrigir o texto.

Pedro Perdigão, Lousada

Guterres passou-se?! Eu também?

Guterres, na segunda-feira, disse que receava que estejamos a caminhar de olhos bem abertos para uma guerra mais ampla. Partilho do receio. A análise que faço é que o Ocidente provocou a Rússia para ter a oportunidade de a enfraquecer. Conseguido este objectivo, irá avançar para causar o enfraquecimento da China (os primeiros passos estão a ser dados). Uma vez que o capital não olha a meios para atingir os fins e já demonstrou claramente que quando pretende controlar, se necessário, faz uso de violência extrema, creio que o que indico bate certo. Quem os trava? António Guterres passou-se?! Eu também? Ou é aconselhável que se faça inversão de marcha, urgentemente?

António Linhan, Londres

Parcial e insuficiente alteração das tabelas de retenção de IRS

Com motivação em evitar hipotéticas situações de aumento de remuneração ilíquida que conduzam à redução do rendimento líquido, o Governo, pelo Despacho n.º 1296-B/2023 de 25 de Janeiro, substituiu tabelas de retenção de IRS que haviam sido aprovadas em Dezembro para vigorar no continente durante o 1.º semestre de 2023, relativamente a remunerações de trabalho dependente, auferidas por titulares não deficientes e sem dependentes, até 964 euros mensais. Era expectável que as taxas constantes das novas tabelas, mesmo considerando o valor mais elevado de cada escalão, fossem consentâneas com as que, correspondentemente, vão ser aplicadas no 2.º semestre, através das tabelas, de novo formato, que só não vigoraram logo no início do ano porque, segundo citação governamental, havia a necessidade de adaptação por parte das entidades pagadoras. Mas tal, incompreensivelmente, não aconteceu e, por isso, como exemplo nas situações de "não casado" e de "casado, dois titulares": a remuneração de 790 euros passou a ter uma retenção de 15 euros (2%), quando devia ser de 13 euros (1,7%); a de 812 euros 32 euros (4%), em vez de 23 euros (2,9%); a de 863 euros 60 euros (7%), no lugar de 48 euros (5,6%) e a intercalar de 914 euros 85 euros (9,3%), em vez de 72 euros (7,9%).

Claro que não é de prever que se faça mais uma alteração a estas tabelas que, agora, abrangesse toda a sua estrutura. Contudo, espera-se que o Governo, pertinente, coerente e inegavelmente, legisle no sentido de permitir – ou mesmo obrigar – que as entidades pagadoras procedam aos acertos decorrentes da aplicação a todo o ano de 2023 das tabelas previstas para o 2.º semestre, sem prejuízo, sendo o caso, de essas tabelas poderem ser utilizadas antes de Julho.

Eduardo Mendes Fonseca, Lisboa

TAP ou Santa Casa?

Estou com alguma idade, é um facto. Mas ando preocupado com a minha saúde mental. Será, com avançar da idade, que estou a ficar senil? Não… não pode ser. E porquê? Porque estou constantemente obcecado com o que se está a passar na TAP, aquela empresa que sobrevive do erário. Mas será que se tornou uma Santa Casa da Misericórdia, onde algumas personagens vão sobrevivendo às expensas de bicarem nessa mais do que falida empresa pública, que sobrevive às nossas custas: com as boas indemnizações que têm sido pagas e agora, para meu espanto, um bónus de cerca de dois milhões para a presidente da empresa, no caso de concretizar objectivos. Claro que vai conseguir. Mas que bom. Mas que bom.

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<_o3a_p>Mário da Silva Jesus, Codivel

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