É comparada a Jennifer Capriati, mas Linda Fruhvirtova não tem pressa

A mais jovem tenista do top 100 está nos oitavos-de-final do Open da Austrália.

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Linda Fruhvirtova EPA/FAZRY ISMAIL

Em 2020, Linda Fruhvirtova ganhou o Petit As, torneio juvenil que revela as promessas do ténis mundial. Mas bastou um ano para a tenista checa confirmar as expectativas no circuito profissional conquistou um título no WTA Tour e subiu mais de 200 lugares no ranking, terminando 2022 no 74.º posto. Hoje, é uma das 16 últimas candidatas ao triunfo no Open da Austrália.

A República Checa sempre foi uma referência no ténis feminino, com campeãs de torneios do Grand Slam como Martina Navratilova, Hana Mandlikova e Petra Kvitova e, actualmente, conta com nove jogadoras entre as cem primeiras do ranking. Mas a precocidade de Fruhvirtova tem suscitado uma atenção extra.

“No ténis, logo que se perde dois encontros, dizem logo ‘está a ir-se abaixo’ ou quando ganhamos dois encontros exclama-se ‘é uma estrela’. Não nos podemos focar no que as pessoas dizem, não é nisso que estou focada”, disse em Setembro passado, em Chennai, onde conquistou o seu primeiro título no circuito principal. Na final, Fruhvirtova recuperou de 1-4 no terceiro set para derrotar Magda Linette, por 4-6, 6-3 e 6-4, tornar-se na mais jovem campeã do ano no WTA Tour e garantir a entrada no top 100, onde é a mais jovem.

Sobre as suas maiores qualidades, Fruhvirtova destaca o espírito de luta e a determinação em dar tudo o que tem no court e diz que prefere focar-se em melhorar continuamente, em vez de estabelecer objectivos mais concretos. Contudo, os progressos têm sido rápidos, como se tem visto em Melbourne; na segunda presença em quadros principais de torneios do Grand Slam, está nos oitavos-de-final do Open da Austrália.

Fruhvirtova, actual 82.º no ranking, derrotou a compatriota Marketa Vondrousova (86.ª), por 7-5, 2-6 e 6-3, depois de recuperar de 1-3 no set decisivo. Convém recordar que, em 2019, era Vondrousova a nova sensação do ténis checo, ao atingir a final de Roland Garros antes de completar 20 anos. E dois dias antes de defrontar a jovem compatriota, Vondrousova tinha obtido a sua primeira vitória sobre uma top 10, Ons Jabeur (2.ª no ranking).

“Sabia que tinha o nível para competir com este tipo de jogadoras, mas é difícil de o mostrar porque o equilíbrio é muito grande; qualquer jogadora do top 100 pode ganhar a qualquer outra. Quando se tem uma oportunidade, é pegar ou largar”, afirmou Fruhvirtova, que vai tentar agora ser a mais jovem quarto-finalista do Open desde Martina Hingis, em 1998. Para isso, terá que vencer a croata Donna Vekic (64.ª), também ela uma promessa quando, em 2013, entrou no top 100 com 16 anos.

Fã de Serena Williams e Roger Federer, Linda Fruhvirtova reconhece os tempos de mudança. “É como o fim de uma era. Novos jogadores estão a aparecer, como [Carlos] Alcaraz. É tempo de mudança de gerações”, disse a teenager checa que, no entanto, não se mostra com pressa em chegar ao topo.

“Não penso que seja possível dominar ou vencer muitos ‘Slams” com 15 ou 16 anos, como no passado. Claro que quero ganhar Grand Slams o mais cedo possível, mas não me importo de ganhar um com 19 ou 20 anos”, frisou.

Chris Evert viu-a a treinar-se na sua Academia e pelo estilo de jogo, aguerrido e com pancadas escovadas de ambos os lados, compara-a a outra antiga número um mundial, Jennifer Capriati, detentora de três títulos do Grand Slam.

Mas atenção: há duas Fruhvirtova no circuito. A irmã de Linda, Brenda, tem 15 anos e, em 2022, conquistou oito títulos no circuito ITF e subiu ao 128.º lugar do ranking mundial.

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