João Mário voltou a dar um empurrão ao FC Porto

Sem terem um nível de jogo que impressionasse, os portistas venceram neste sábado, com contribuição importante, mais uma, do lateral português.

Foto
FC Porto e Vitória em duelo no Minho Reuters/MIGUEL VIDAL

Assistência para golo frente ao Famalicão, golo frente ao Vitória de Guimarães. João Mário está mesmo de regresso ao melhor nível, depois de alguns meses pouco fulgurantes, e quem ganha é o FC Porto – a nível de qualidade de jogo e de resultados. E se frente ao Famalicão houve uma dinâmica colectiva admirável, frente ao Vitória foi mesmo preciso um “empurrão” pela via individual. E João Mário deu-o.

Neste sábado, o FC Porto tirou de Guimarães uma vitória por 1-0, resultado que permite aos portistas “recolarem-se” ao Benfica, restituindo os cinco pontos de desvantagem com que tinham iniciado a jornada.

Já a equipa de Moreno não ganha há oito jogos e perdeu quatro dos últimos cinco. Se o Casa Pia vencer o Gil Vicente neste domingo, a Europa já ficará a seis pontos de distância.

Espaço por explorar

A primeira parte no Minho teve um perfil curioso. O Vitória cedeu o domínio ao FC Porto – e daí não vem nada de inesperado –, mas foi interessante como a equipa minhota não sofreu muito apesar de ter dado algum espaço entre linhas. E foi também curioso como o FC Porto, apesar de ter podido ver esse espaço algumas vezes, não quis provocá-lo muitas mais.

O 4x5x1 de Moreno tinha uma linha defensiva quase sempre média/alta, mas, quando Martínez, Taremi e Galeno “afundavam” mais o seu posicionamento, a linha defensiva do Vitória era seduzida a baixar bastante. E aí criou-se algum espaço entre linhas que o FC Porto acabou por explorar pouco.

Mas estava ali algo para ser explorado: atacar mais o espaço – ou servindo os movimentos em profundidade (como aos 33’, quando Diogo Costa lançou bem Taremi, que finalizou mal) ou fazendo-o apenas como engodo para obrigar a defesa minhota a baixar, procurando depois o espaço central entre linhas para criativos como Taremi, Otávio e Eustáquio.

E o jogo foi globalmente pouco interessante em matéria de aproximações às balizas – e as que existiram foram quase todas em jogadas pontuais, sem especial labor futebolístico colectivo.

Houve uma jogada individual de João Mário para remate posterior de Wendell, remate torto de Mikel num canto e, aos 45+1’, uma segunda bola ganha por João Mário à entrada da área do Vitória – houve recepção em drible para tirar Freitas da frente e remate com categoria para o 1-0.

O golo tinha nexo pelo volume de futebol ofensivo, mas não era efeito de uma especial capacidade criadora do FC Porto.

Jogo cinzento

Na segunda parte pouco mudou. O FC Porto manteve-se algo incapaz de criar futebol, mas o balanceamento ofensivo do Vitória foi criando mais espaço para se jogar. E quem tem jogadores como Taremi e Galeno em transições estará sempre em posição de “matar” uma partida deste tipo.

Taremi ameaçou assim aos 62’, aos 71’ (aqui com assistência para Pepê) e aos 88' e Galeno fez algo parecido aos 64’, mas se tirarmos da equação essas jogadas esporádicas de transição pouco se passava junto das áreas em Guimarães.

O jogo foi sempre “batido” e intenso, mas a qualidade do futebol foi limitada: do lado do FC Porto apostava-se nas transições, do lado do Vitória a bola não chegava aos criativos em boas condições.

Só numa bola parada o Vitória teve um remate, por Safira, e mesmo esse não foi à baliza nem esse nem nenhum dos outros.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários