Artista português Alexandre Estrela expõe no MoMA em Nova Iorque em Novembro

Será a primeira exposição do artista no conceituado museu nova-iorquino, onde reúne elementos de “abstracção geométrica, design gráfico e música experimental”.

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Exposição de Alexandre Estrela na Galeria Bruno Múrias, em Lisboa, no final do ano passado

O artista português Alexandre Estrela vai apresentar a exposição Flat Bells, no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, com inauguração prevista para Novembro, anunciou a instituição.

A exposição vai estar patente no estúdio Marie-Josée e Henry Kravis do museu, no quarto andar do edifício, numa exposição com curadoria de Sophie Cavoulacos (Departamento de Filme), e May Makki (Departamento de Media e Performance).

"Com a sua primeira exposição em Nova Iorque, o artista português Alexandre Estrela traz animações cintilantes de vídeo e uma paisagem sonora imersiva até ao estúdio Kravis. Informada pelo seu passado na pintura, os projectos de imagem em movimento de Estrela exploram, muitas vezes, a interligação entre materiais e percepção, actualizando a exploração entre ideia e objecto para a era digital da arte conceptual", pode ler-se na página do MoMA.

O museu, uma das instituições mais conceituadas do mundo de arte moderna e contemporânea, acrescentou ainda que Flat Bells (Sinos Planos, em tradução livre) recorre a elementos de "abstracção geométrica, design gráfico e música experimental" para "orquestrar um ritmo sónico e visual através de múltiplos ecrãs que examina como a cultura visual é experienciada e marcada pela obsolescência tecnológica". Estrela "chama atenção para os sistemas que governam a vida da mente", acrescenta o texto do museu.

A exposição vai abrir no dia 4 de Novembro deste ano e ficar patente até 7 de Janeiro de 2024.

Alexandre Estrela nasceu em Lisboa, em 1971, cidade onde se formou em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, sendo também mestre em Artes Plásticas pela Escola de Artes Visuais de Nova Iorque, segundo a biografia disponível no site do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.

"Desde a década de 1990 tem trabalhado as questões formais e conceptuais do vídeo, desenvolvendo explorações em torno dos fenómenos mecânicos e digitais de percepção do som e da imagem, numa enriquecedora ambivalência entre arte e ciência", acrescenta a mesma biografia assinada por Emília Tavares, que salienta que Estrela tem exposto a nível nacional e internacional desde o começo do século. A sua obra explora "o legado das explorações conceptuais do vídeo da década de 1970".

Na sua última exposição em Lisboa, intitulada Forgotten Sounds of Tomorrow, apresentada na Galeria Bruno Múrias no final do ano passado, o crítico do PÚBLICO, Nuno Crespo escreveu sobre um conjunto de imagens, desenhos, pinturas, movimentos, sonoridades que deambulam pela totalidade do espaço expositivo: "Importante é perceber que desde a primeira à última obra, estes trabalhos criam o seu próprio espaço de existência: não ocupam uma parede, uma sala, um vazio, mas através da luz projectada e dos sons que atravessam todas as matérias, criam um lugar específico para acontecerem. Esta exposição não é composta só pelo que está nas paredes (projectado ou suspenso). Nem só pelos sons que são emitidos por colunas. O seu aspecto decisivo localiza-se no intervalo entre o projector e a parede, as colunas e os nossos ouvidos. "

A exposição Meio Concreto, que apresentou no Museu de Serralves, no Porto, em 2013, foi distinguida com um prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte.

"Recorrendo sobretudo à imagem projectada e ao som, mas também a suportes e estruturas de carácter escultórico, as peças apresentadas nesta exposição colocaram o visitante no centro de uma experiência que aliou, de forma irrepreensível, um olhar crítico sobre os dispositivos museográficos e uma sofisticada reflexão sobre o estatuto da imagem, sobre o fenómeno perceptivo e sobre as suas possíveis somatizações", afirmava o júri, na altura.

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