Ministra da Defesa afirma o respeito como valor das Forças Armadas

Na parada da Academia Militar, o discurso ministerial ecoou como reacção à violência contra uma recruta em Abrantes.

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Helena Carreiras, ministra da Defesa Nacional Rui Gaudencio

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, afirmou esta quinta-feira na comemoração do Dia da Academia Militar que o respeito é um dos três valores básicos das Forças Armadas. Os outros, destacou, são a disciplina e a lealdade.

“Não pode nem deve haver margem para dúvidas. Quaisquer manifestações de práticas contrárias àqueles valores, surjam onde surgirem, são inaceitáveis. Quaisquer abusos põem em causa a coesão, danificam os alicerces das Forças Armadas e atentam contra o trabalho quotidiano de todos quantos nelas servem”, disse a titular da Defesa, Helena Carreiras, perante as altas patentes militares.

“Quem promove, quem esconde ou quem se abstém de reportar tais actos, contribui para que os mesmos perdurem. É nestas ocasiões que devemos ser capazes de mostrar coragem moral para reconhecer problemas, exigir rigor para identificar os factos e discernimento para encontrar as respostas adequadas”, prosseguiu a ministra.

As palavras ministeriais, em cinco blocos de um discurso de nove páginas, ecoaram na parada da Academia Militar como uma referência aos acontecimentos que na última semana agitaram o Exército. Como a denúncia de práticas de violência contra uma recruta do Regimento de Apoio Militar de Emergência de Abrantes que se encontra em investigação e suscitou pedidos de esclarecimento na Assembleia da República. Uma vigilância a que Helena Carreiras também se referiu.

“O escrutínio de uma sociedade livre e democrática, os valores de transparência e de prestação de contas exigem de todos nós uma atenção reforçada sobre as implicações da nossa conduta e das nossas acções”, recordou.

“Só assim será possível que as mulheres e homens que escolhem servir o seu país serão devidamente capacitados para cumprirem essa nobre missão”, alertou a titular da Defesa.

Noutro passo da sua intervenção, Helena Carreiras referiu, explicitamente, os destinatários da sua missiva. São vários: oficiais, cadetes, sargentos, praças, civis, professores, antigos alunos e elementos das estruturas superiores de comando e direcção do Exército, da Guarda Nacional Republicana, de todos os ramos das Forças Armadas e do Ministério da Defesa.

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