Foo Fighters vão regressar “em breve”, confirmando continuidade da banda

Morte de Taylor Hawkins, em Março de 2022, deixou o grupo em suspenso. “Seremos uma banda diferente daqui para a frente.”

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Dave Grohl com os Foo Fighters em Portugal Miguel Manso

É em tempos como estes que uma banda aprende a viver outra vez: depois do “ano mais difícil e trágico” que os Foo Fighters alguma vez tiveram, a banda liderada por Dave Grohl anunciou que vai voltar aos palcos “em breve”. A morte do baterista Taylor Hawkins congelou a actividade do transversal grupo rock, mas a banda aproveitou o final do ano para confirmar que sobreviverá ao seu emblemático membro.

No último dia de 2022, os Foo Fighters publicaram uma mensagem na sua conta de Instagram em que descrevem o ano trágico que viveram e agradecem aos seus “entes queridos que já não estão entre nós”. E dizem, confirmando por fim o futuro do grupo, que voltarão a apresentar-se aos fãs “em breve”. “Os Foo Fighters foram formados há 27 anos para representar o poder curativo da música e uma continuação da vida”, descreveram. Foi a banda que se seguiu aos Nirvana para Dave Grohl, marcada pelo suicídio de Kurt Cobain.

A morte de Hawkins, encontrado sem vida no seu quarto de hotel em Bogotá durante a digressão do grupo (que deveria ter passado pelo Rock in Rio de 2022 e foi cancelada), mudou tudo, diz o grupo. “Seremos uma banda diferente daqui para a frente.”

Sentem-se apoiados pelos fãs, que não só enchem estádios a cada digressão como se movem por causas comuns ou fazem demonstrações constantes da sua devoção pelo grupo (como a interpretação de Learn to Fly por centenas de músicos italianos a pedir a passagem do grupo pelo país em 2015). Hawkins, cuja morte originou concertos de tributo em Los Angeles e Londres no ano passado, pontuados por alguns dos maiores nomes da música mundial, teve um papel fundamental na criação da banda e também na decisão da sua sobrevivência, dizem.

“Sem o Taylor nunca nos teríamos tornado na banda que éramos — e sem o Taylor, sabemos que vamos ser uma banda diferente daqui em diante. Também sabemos que vocês, os fãs, representavam tanto para o Taylor quanto ele significava para vocês. E sabemos que quando vos voltarmos a ver — e voltaremos em breve — ele estará lá em espírito connosco todas as noites”, lê-se no post.

Taylor Hawkins tinha 50 anos e uma carreira marcada pela simpatia, pelos famosos caminhos cruzados com Grohl quando acompanhava Alannis Morrisette em digressão em meados dos anos 1990 e Grohl estava com os Nirvana, e pelo estilo californiano e carismático que o tornava quase tão sinónimo do grupo quanto o seu vocalista e guitarrista.

Dave Grohl descreve Hawkins como o seu “melhor amigo” na sua recente biografia The Storyteller: Tales of Life and Music, mas foi Hawkins que deu o primeiro passo para que trabalhassem juntos. Quando se cruzavam em festivais, a empatia entre os dois era evidente e a própria Morissette perguntou a Hawkins: “O que vais dizer quando o Dave Grohl te convidar para ser seu baterista?”.

Hawkins era também conhecido pela candura quanto à sua luta quer pela saúde quer contra as dependências. O relatório de medicina legal encontrou várias substâncias, de marijuana a opiáceos, no seu corpo após a sua morte.

Os Foo Fighters passaram várias vezes por Portugal, encabeçando cartazes como o do festival Nos Alive.

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